quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mais valia ter ficado calada


Sabem aquela sensação de que devíamos ter ficar calados se não tínhamos nada de interessante para dizer?

Hoje aconteceu-me logo pela fresquinha, num julgamento. Definitivamente não funciono de manhã. É que quando tenho sono, só me ocorrem perguntas parvas para fazer às testemunhas, designadamente perguntas às quais elas já responderam, mas que eu estava demasiado sonolenta para ter prestado atenção... Ao olhar para  a cara do juiz, instantaneamente me apercebo de que fiz asneira e arrependo-me logo de ter aberto a boca. E assim que a testemunha começa a contar a história toda outra vez, sinto-me a pessoa mais burra à face da terra. 

Detesto quando isso me acontece! Nessas ocasiões, quem me dera ter um botão de "rewind" para voltar atrás e dizer ao juiz: "Não, Meretíssimo. Não quero nenhum esclarecimento da testemunha".
Na falta desse botãozinho, hoje lá tivemos que ficar ali mais um bom bocado a ouvir a pobre senhora carpir-se e maldizer as injustiças do mundo.

Mas porque é que eu não aprendo a fechar esta matraca?! :P



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Falta de tempo

Será que dava para o meu dia ter 48 horas? Será?
Só até ao final desta semana, please!
É que já são quase 18h00 e ainda tenho tanto que fazer hoje.
É que já é quarta-feira e ainda tenho tanto que fazer até sexta-feira.
Acho que não vou dormir nos próximos dias; é a única solução para conseguir ter tudo pronto a tempo e horas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mau tempo no canal

Arghhhhhh!!! Que temporal!


O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores informa que, segundo o Instituto de Meteorologia, e na sequência do aviso anterior, estão previstas trovoadas, ventos fortes e chuva.

(...)
Para o Grupo Oriental (eu estou aqui!), no período entre as 13:00h de 26/09/2011 e as 12:00h de 27/09/2011
Precipitação Forte;
Condições favoráveis à ocorrência de trovoadas frequentes e dispersas.
(...)
O Serviço Regional de Protecção Civil recomenda que sejam tomadas as precauções habituais em situações desta natureza.


O certo é que já passa das 12:00h e S. Pedro não nos dá tréguas.
Importam-se de me dizer como é que eu vou conduzir a minha casquinha de noz até ao tribunal para o julgamento das 14h00 se está uma ventania que não se pode?! :P

Eu não vos dizia?

Na sequência da notícia que postei ontem, eis que é publicado este estudo:


Açores continuam a registar números preocupantes

em Drogas e Toxicodependências



Os Açores destacam-se, negativamente, no relatório sobre a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências. Os dados são de 2007 e foram divulgados pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência.

Pelas piores razões, os Açores estão entre os primeiros.

Foi uma das regiões onde o consumo de quase todas as substâncias ilícitas registou as maiores prevalências de consumo ao longo da vida e nos últimos 30 dias.

Na região o consumo de anfetaminas está acima da média nacional tanto na população total como na jovem adulta. Só diminuiu o consumo de heroína entre a população adulta.

As más notícias continuam porque foram notificados 17 casos de sida associados à toxicodependência. E os Açores foram o terceiro local com maiores quantidades de heroína apreendida 12% do total nacional de apreensões.

E enquanto por todo o país o número de presumíveis infractores diminui, os Açores estão entre as regiões onde se verificaram as maiores taxas, por habitantes, de infractores, o que só é atenuado porque também as condenações por tráfico aumentaram

Publicado: 2011-09-26 15:59:54 
Por: António Gil
Fonte: http://ww1.rtp.pt/acores/?article=22982&visual=3&layout=10&tm=10


Eu tinha ou não tinha razão? Esta é a triste realidade...



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Droga

Já não é a primeira vez que digo que a droga é o flagelo que com mais força atingiu os Açores nos últimos anos. Se fizermos uma análise aos processos-crime que "povoam" os tribunais açorianos, verificamos que os mais frequentes são a violência doméstica e aqueles relacionados com droga.

(foto retirada da internet)


E digo "relacionados com droga" porque não me estou a referir apenas aos crimes de tráfico (esses, embora praticados em larga escala, não chegam a ir a tribunal com a frequência desejada). Com droga por detrás tenho tido situações de:
  •  crimes de furto - 99,9% dos furtos praticados nesta Região têm como objectivo a venda dos bens furtados para obtenção de dinheiro que é depois canalizado na obtenção de produto estupefaciente;
  • crimes de receptação - aqueles que adquirem os bens furtados estão também a praticar um crime, pois é inequívoco que quem lhes vendeu tais bens não tem as características nem o aspecto de ser seu proprietário, desde logo pelo preço que é pedido. Quem adquire tais bens procura lucrar com o infortúnio de outrem (o ofendido/pessoa que foi alvo do furto), pois paga por eles bastante menos do que se os fosse comprar a um estabelecimento comercial. E não me falem na diminuição do valor da coisa pela utilização do anterior possuidor (o proprietário), pois o que não faltam nesta ilha são telemóveis no valor de € 200 que são furtados das lojas e vendidos na rua a € 50, que é o equivalente à dose diária de heroína do consumidor comum em S. Miguel...
  • crimes de introdução em local vedado ao público - os "bandidos" introduzem-se em habitação ou espaço comercial alheio para pernoitar, descansar e mesmo consumir longe dos olhares alheios. Só que o fazem sem autorização de quem de direito. E porquê? Porque são sem-abrigo, a droga precisa ser consumida e a ressaca tem de ser curada. Tudo isto sem ser ao ar livre, claro! Que é para os meninos não se constiparem;
  • crimes de falsas declarações - este é o "pão nosso de cada dia" por aqui. As criaturas, que estão debaixo de olho das autoridades porque conotados com a prática de tráfico e/ou consumo de droga, prestam depoimento na PSP, Polícia Judiciária ou Ministério Público (consoante os casos), a dizer que adquiriram, efectivamente, produto estupefaciente a "fulano de tal". Chegam ao dia do julgamento e dizem que não, que isso  não é verdade, que "fulano de tal" nunca lhes vendeu droga e que nem sabia que ele "andava metido nessas coisas". Mentira! Mas 'tadinhos... 2 ou 3 dias antes de irem prestar o seu testemunho ao tribunal perante os juízes, sofrem ameaças de morte. É melhor mentir em tribunal e ficar "vivinho da silva" para ficar para contar e continuar nos seus consumos... E agora perguntam vocês: "mas ele não tinha dito à Polícia que sim, que tinha comprado a droga ao outro?". Pois é, caros leitores, a lei portuguesa permite que o façam e isso não conte para nada. A ver se explico: para efeitos de condenação ou absolvição de um arguido em processo crime só vale aquilo que se der por provado na audiência de julgamento. O mesmo é dizer que, se alguém for preso por suspeita de ter assassinado uma pessoa, pode até confessar o crime durante o inquérito. Agora, se chegados ao dia do julgamento não existirem outras provas que o corroborem (testemunhas, testes de ADN, sangue, armas ou até mesmo o cadáver), esse "criminoso" pode dizer que afinal não matou ninguém, que fez aquela confissão porque foi pressionado pela polícia (por exemplo) que, na falta de prova em contrário, os juízes são obrigados a absolvê-lo. É, isto dos tribunais não se assemelha em nada àquilo que se vê nos filmes americanos.
Eu podia até dar-vos muitos outros exemplos (sei, pelo menos, de um caso de homicídio com esquartejamento do cadáver e de outro de tentativa de homicídio com desfiguração do rosto da vítima, ambos com questões relacionadas com droga por detrás), mas apenas quero que percebam que as substâncias psicotrópicas estão na raiz da criminalidade dos Açores e não digo isto com base em estatísticas, nem apoiada em estudos de criminologia. É experiência diária, mesmo.

Até acrescento que não é o típico "traficante" quem mais aparece em tribunal. São meninos com menos de 20 anos, pescadores, lavradores e raparigas bem novas, já com 2 ou 3 filhos para criar.

Só para terem uma ideia de como isto anda por aqui, dêem uma vista de olhos nesta notícia que saiu hoje:

PSP deteve alegado traficante de droga com 16 anos

(foto retirada de "Açoriano Oriental online")

“A PSP/Açores anunciou a detenção na ilha de S. Miguel de um jovem de 16 anos, suspeito de tráfico de droga, a quem apreendeu 338 doses individuais de haxixe.

A detenção, segundo a Divisão Policial de Ponta Delgada, ocorreu na sequência de uma investigação que também permitiu "constituir como arguido" um jovem de 19 anos, igualmente por suspeita de estar envolvido no tráfico de droga.

O relatório da actividade policial hoje divulgado refere ainda que foram identificados três homens na Horta, Faial, com 29, 19 e 18 anos, por posse e consumo de droga, tendo-lhes sido apreendidas duas doses de liamba.

Na Madalena do Pico, a PSP deteve "em flagrante delito" um homem de 22 anos que se dedicava ao cultivo e tráfico de estupefacientes, a quem apreendeu sete plantas de 'Cannabis' e uma arma de ar comprimido.”

Fonte: Lusa/AO online


Mini-Tornado

Notícia  de última hora (tirada daqui)!
Ou melhor, só agora é que tomei conhecimento disto:


Ventos verticais levantam telhados nos Fenais da Luz (São Miguel)


"Um fenómeno meteorológico invulgar, ventos fortes verticais, arrancaram telhados em cerca de duas dezenas de moradias ao início da tarde nos Fenais da Luz. Duas famílias têm que ser realojadas. 
Ao início da tarde ventos fortes, verticais, sugerindo o que parece ser a acção de um mini-tornado, arrancou telhas em residências na orla marítima da freguesia dos Fenais da Luz, concelho da costa norte de Ponta Delgada, em São Miguel.

O vento forte que se fez sentir hoje nos Fenais da Luz e em S. Vicente Ferreira destruiu parcialmente os telhados de cerca de 20 moradias nestas duas freguesias do concelho de Ponta Delgada, em S. Miguel, Açores. 

"O mini tornado ocorreu cerca das 12:40 (13:40 em Lisboa), com ventos fortes e localizados que levantaram algumas telhas em cerca de 20 moradias", afirmou Emanuel Sousa, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada. Neste momento estão a ser efectuados levantamentos dos estragos e a avaliação da segurança das moradias afectadas. Emanuel Sousa, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada já declarou que o mau tempo não provocou danos pessoais. Patrícia Navarro, do Instituto de Meteorologia, admitiu à Lusa que pode ter ocorrido naquela zona da ilha de S. Miguel um tornado, mas frisou que a situação ainda está a ser analisada. "Há uma depressão que está a afetar os grupos Central e Oriental e, nestas linhas de instabilidade, formam-se núvens de grande desenvolvimento vertical, que dão origem a fenómenos que podem ser tornados ou outros", afirmou a meteorologista. Os bombeiros desobstruíram as vias de circulação, tendo-se deslocado também para as duas freguesias elementos do Serviço Municipal de Protecção Civil e da Direção Regional da Habitação para avaliar os estragos e decidir se há necessidade de realojar alguma família.
A situação no local está mais calma, o vento já não está tão forte."


Calma?? O vento já não está tão forte? Vou convidar os Senhores Meteorologistas a virem a minha casa ver o estado do tempo... Chove torrencialmente e continua vento. Parece um temporal de Janeiro e não vejo que vá acalmar tão cedo... E estou tão pertinho dos Fenais da Luz! Ai, ai!


Facebook vs Realidade


Para a maior parte das pessoas é basicamente isto, sim... ;)



(imagem retirada daqui)


sábado, 24 de setembro de 2011

The Wicked Witch of the West


Estou quase, quase a recomeçar as aulas com as minhas criaturas! :)


E o que é que eles vão aprender este ano?  Uma equação simples:

+
=


                 
Agora é que eles vão ver como elas mordem!
Eu avisei que a Bruxa Má do Oeste estava para vir...
Ahahahahah! (riso maléfico)







sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma manhã "diferente" no tribunal

Vocês não imaginam, mas é que não imaginam MESMO o que me aconteceu esta manhã (que se estendeu pela tarde) no tribunal.



Já vi de (quase) tudo em tribunal (em S. Miguel temos comarcas muito profícuas em casos insólitos), mas esta de hoje superou! Eu já nem sabia se havia de rir ou de chorar.
Explicar-vos-ei tudo ao pormenor, mas deixem-me ir ali ao Centro Comercial comer qualquer coisinha, pois só agora parei.

É com cada uma...!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Amor em Veneza

Esta gente recorre à justiça para tudo!
Não me admira, pois, que os tribunais estejam sobrelotados de processos e não consigam dar resposta em tempo útil.

E eu a pensar que os venezianos eram gente romântica e cheia de amor para dar... Afinal os velhos querem é cortar o cordão umbilical assim que os putos atingem os 18 anos e gozar a reforma em paz. Não há cá jantares de família nem domingos passados com os netos. Atingiste a maioridade? Ála que se faz tarde! Já te aturei anos demais...

Esta foi tirada do Público.pt:

Veneza

Casal italiano recorre à justiça para expulsar de casa filho de 41 anos

21.09.2011 - 15:10 Por PÚBLICO

O dia em que os filhos saem de casa é quase sempre difícil para os pais, mas para os progenitores de um italiano de 41 anos esse seria um dos dias mais felizes das suas vidas. Um casal de Veneza quer expulsar o filho de casa e recorreu ao apoio de advogados. A mãe queixa-se de stress com as exigências diárias do filho.

Roupa lavada e refeições caseiras. Estes são alguns dos privilégios que o filho do casal veneziano acha que devem continuar a ser respeitados enquanto morador na casa dos pais. Mas estas exigências estão a levar ao desespero da mãe que devido ao stress já foi hospitalizada.

“Não podemos aguentar mais”, afirmou o pai, citado pelos media italianos. “A minha mulher sofre com o stress e teve que ser hospitalizada. Ele [o filho] tem um bom emprego mas ainda vive em casa. Exige que a sua roupa seja lavada e passada a ferro e que as suas refeições estejam feitas. Ele não tem qualquer intenção de sair”, continuou o queixoso. O casal recorreu à ajuda do departamento jurídico da associação de consumidores Adico. Citado pela BBC, Andrea Camp, advogado da Adico, avançou que já foi enviada uma carta ao filho do casal a alertá-lo que terá que abandonar a habitação no prazo de seis dias ou irá enfrentar uma acção judicial. Caso se recuse sair, o advogado irá recorrer a um tribunal de Veneza para que emita uma ordem de restrição a favor dos pais. Este é o segundo caso do género reportado à Adico em um mês. Segundo a associação, o filho de um outro casal acabou por sair da casa dos pais, que assim que este saiu trocaram as fechaduras da porta de entrada.


E eu que tive a minha mãe a chorar duas semanas antes de eu ir na viagem de finalistas... Sou mesmo uma mimada, pá! Eu devia era levar com um processo em cima e pagar-lhe uma indemnização por todos os danos morais que lhe causei...


Apetece-me...

... Cozinhar. Não, não estou maluca. Pelo menos não mais do que o costume... ;)

Hoje comi como sobremesa ao jantar uma bela tarte Pastel de Nata. É isso mesmo: um pastel de nata gigante. E que boa que estava... 
A sogrinha deu-me logo a receita. E agora estou com vontade de cozinhar. Mas já passa da meia-noite e amanhã trabalha-se. Para matar este "desejo" amanhã vou tentar chegar cedo a casa (se a reunião de escritório não se alongar...) e fazer bolachinhas, que já há muito tempo não as tenho em casa sem ser as compradas no supermercado. A tarte não a faço já porque depois fica p'raí e ninguém a come. Mas no fim-de-semana não falha, pois temos um jantar de amigos e vou querer experimentar a receita para levar. A tarte e a minha famosa limonada com lima, hortelã e gengibre. É que soube ontem que a minha querida amiga S. (anfitriã do jantar) está grávida e, como me disse que tem comido imensas limas e limões como se de laranjas se tratassem (argh!), levo-lhe a limonada para se consolar toda. E a tarte para ver se adoçamos a criança. ;)

Fica aqui a receita se alguém quiser experimentar:


TARTE PASTEL DE NATA

(foto retirada da internet)


Ingredientes:

  • 2 pacotes de natas
  • 2 medidas (do pacote de natas) de leite
  • 2 colheres de sopa de amido de milho (aka Farinha Maizena)
  • 2 colheres de sopa de farinha custard (a sogrinha usou da marca Ramazzotti e ficou aprovadíssima, por isso é desta marca que vou comprar)
  • 400 g de açúcar
  • 1 base de massa folhada

Preparação:
  • Pré-aquecer o forno a 200ºC.
  • Misturam-se todos os ingredientes pela seguinte ordem (primeiro os sólidos e depois os líquidos): as        farinhas e o açúcar, seguidos das natas e do leite.
  • Leva-se a mistura ao lume (brando) e mexe-se sempre de forma a conseguirmos uma espécie de papa (se estiver demasiado espessa, pode-se ir adicionando aos poucos mais leite, até obtermos a consistência desejada).
  • Unta-se uma tarteira com um bocadinho de manteiga, estende-se a base de massa folhada e pica-se a mesma com um garfo.
  • Deita-se sobre a massa folhada a mistura anteriormente preparada.
  • Colocar a tarte no forno, baixando a temperatura do mesmo para os 160ºC.
  • Assim que estiver douradinha é sinal que está pronta e pode ser retirada do forno para arrefecer.
  • Para aqueles que adoram canela nos pastéis de nata, podem polvilhá-la sobre a tarte ou então servi-la à parte, para cada pessoa colocar a quantidade que quiser na(s) sua(s) fatia(s).

Digam-me depois como é que saiu a vossa. É que é mesmo boa!



domingo, 18 de setembro de 2011

Posso...?

Durante uma semana inteira, posso?!
Pleeeeeaaaaase!


A Casa dos...

Segredos?! Quais segredos?! Constatações óbvias, isso sim!

Constatação óbvia n.º 1: Viva as loiras!
Constatação óbvia n.º 2: Viva as burras!
Constatação óbvia n.º 3: Viva as casas de alterne!
Constatação óbvia n.º 4: Viva aos broncos cheios de músculos and a brain the size of a pea!
Constatação óbvia n.º 5: Viva a merda de textos que escreveram para a Teresa Guilherme!

Não há amor como o primeiro!

Odeio

Odeio limpezas, odeio tarefas domésticas, odeio detergentes, odeio aspiradores, odeio panos de pó!!!
Tenho uma puta de uma dor de costas!
:P


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Amor de Mãe

Não, não vos vou falar daquelas tatuagens tão "lindas" que vemos por aí nos bracinhos de alguns conterrâneos micaelenses.
Vou mostrar-vos o exemplo de uma acusação daqueles processos "fantásticos" que me vão calhando. Como, por razões óbvias, não posso transcrever o texto nem identificar as "personagens", vou fazer-vos um resumo:


(...)
1.O menor A, nascido em __/__/2006, é filho da arguida B (nascida em 1988!) e de C, casados um com o outro.
2. Entre meados de 2007 e o final de 2008, A, B, e C viveram em casa dos avós paternos do menor.
3. O menor A dormia no quarto dos avós.
4. Antes de a avó ir trabalhar, de manhã, deixava o menor com a arguida B, mãe dele, no quarto desta.
5. Como a arguida B pretendia continuar a dormir e o menor ficava acordado e a fazer barulho, por várias vezes a arguida bateu no menor (nessa altura com cerca de 18 a 24 meses) com bofetadas e socos no corpo (cara, costas, braços e nádegas).
6. Certo dia, como o menor não queria dormir, a arguida puxou-lhe a gola do pijama com força e bateu-lhe com um chinelo nas costas, tendo o menor ficado com um hematoma no pescoço e uma mancha vermelha nas costas.
7. Noutras alturas, quando o menor não queria comer, a arguida chegou a agarrar-lhe no queixo com força  e a bater-lhe, dando-lhe socos.
8. Outra vezes, quando o menor vomitou, ela deu-lhe chapadas na boca.
9. O menor apresentava nódoas negras no corpo.
10. O menor vivia num estado de intranquilidade e receio permanentes.
(...)


Eu levei boas palmadas, mas eu era o demónio na terra e a minha mãe tinha o discernimento de aplicar o seu "aborrecimento" aqui no rabinho da menina, usando apenas as mãos ou, quanto muito, um chinelinho ou a bela da vassoura de milho (maldita vassoura de milho!). Já o papá, bastava chamar pelo primeiro e segundo nome (que não digo!) que eu parava quietinha logo, logo. Nunca teve que me levantar a mão. Também acho que não tinha coragem, aqui entre nós... ;)

Uma mãe como aquela bate aos pontos a madrasta da Gata Borralheira! Sai-te, besta!


ME-DO!!!

Mais comprinhas II

Este post é mesmo só para vos irritar. :)))))))
E sim, já cá cantam. Lindos e novinhos, prontos para serem lidos.



(Muito bom! Para além das explicações todas, ainda traz um rol excelente de receitas - coisas realmente comestíveis! Uma vez que descobri que o "1,2,3, uma colher de cada vez" já não está à venda, este é um óptimo substituto.)



(A ver se o Maridão - que é hipocondríaco de nível máximo - não corre para o hospital ou para casa dos papás, que são ambos enfermeiros, todas as vezes que o bebé der um espirro.)


E a minha biblioteca continua a crescer... ;)


Stress pré-traumático


Pensei que hoje me fosse estar a sentir assim, à beira de um ataque de pânico. Mas por incrível que pareça, estou calma.




É que amanhã tenho um julgamento importante, em que estão em causa alguns milhares de euros. E qual é a causa do nervosismo?

Primeiro: é uma acção ordinária. Não, não tem ordinarices; o valor da causa é que é superior a € 30.000,00 (quase meio milhão, na verdade). Eu faço poucas audiências de julgamento em casos de Processo Civil. Normalmente preparo só as acções. E são julgamentos tão aborrecidos porque estou "presa" aos artigos da base instrutória, isto é: só posso perguntar às testemunhas aquilo que constar da lista de factos que o juiz considerou como não assentes. Se me desvio um bocadinho das perguntas directas (normalmente para tirar nabos da púcara - porque eu gosto é de um bom enredo!), lá tenho o Meretíssimo a chamar-me à atenção: "Sra. Dra., está a fugir aos quesitos". Bahhhh! Tribunal a sério para mim é em Processo Penal. Com os meus bandidos é que eu estou bem! E posso perguntar o que quiser! :P
Segundo: os intervenientes do processo pertencem ao meu círculo de pessoas íntimas. Odeio tratar de assuntos legais que envolvam amigos/família. A pressão é muito maior para que corra tudo a nosso favor. Mas como não dá para dizer que não... :P

Enfim, se amanhã acordar nervosa, há-de passar, pois não há nada que 2 Xanax não resolvam. LOL

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quem fala assim não é gago

Ai, não é, não senhor!



Até que enfim alguém vem falar em sexualidade irresponsável, paternalismo e desresponsabilização!
Perante a eterna e para sempre interminável discussão em torno da liberalização do aborto (que, no nosso país, atingiu o seu auge com a entrada em vigor de uma lei que, a meu ver, só veio desculpar a conduta de quem não consegue assumir as consequências dos seus actos), dá-me gosto ler qualquer coisa que não seja sobre "direito à vida vs direito de a mulher decidir sobre o seu próprio corpo". Vai daí, encontrei isto:

O aborto não é um contraceptivo
Foi anunciado o corte na comparticipação da ‘pílula’, com o argumento de que se poupariam muitos milhões ao Estado. Agora, as chamadas de última geração, com menos efeitos secundários, e tendencialmente mais usadas, já não o são, mas a avaliar pela poupança anunciada presume-se que haja muitas mulheres (das cerca de dois milhões de utilizadoras) que ainda usam a antiga, provavelmente até pelo facto de ser subsidiada. De qualquer forma, estamos a falar, em média, de 8 euros por embalagem das novas e 4,88 euros das ‘tradicionais’.
O Ministério da Saúde desvalorizou a medida, dizendo que a pílula é oferecida nos centros de saúde. Na prática, sabe-se que representa um número residual e constantemente sujeito a rotura de stocks, mas vamos partir do princípio de que as mulheres agora penalizadas corriam a pedi-la gratuitamente. O custo para o Estado seria, então, o dobro da poupança, o que deixa claro que o Ministério da Saúde sabe perfeitamente que tal não vai acontecer. É um argumento desonesto. Quando se celebram 50 anos de pílula contraceptiva, é tristemente simbólico este retrocesso. Mas argumentar contra a decisão com a ameaça de mais abortos, choca. Choca, porque é paternalista, e desresponsabiliza mulheres e homens. Não podemos aceitar que num país do primeiro mundo como Portugal este corte, sendo lamentável porque é menos um apoio, possa justificar uma sexualidade irresponsável ou que se aceite a possibilidade do uso do aborto como método contraceptivo. Colocar o ónus de uma gravidez ou aborto nos ombros do Estado é de uma leviandade inacreditável, um argumento que não pode servir de arma, mesmo para defender o que merece defesa.


Mas porque é que as pessoas têm a mania de culpar o Governo de tudo?! Pela troika eles são responsáveis, é verdade. Pelo aumento dos impostos. Pela República das Bananas em que nos tornámos. Agora, por gravidezes indesejadas?! Tenham dó!

Independentemente de se ser contra ou a favor, deve-se sempre respeitar a opinião alheia no que a este assunto respeita. Eu respeito quem é a favor. Mas não consigo concordar. Tenho os meus motivos, argumentos e conclusões. Sou assumidamente contra. E todos os que me rodeiam sabem isso; nunca o escondi. Mas não deixo de ter respeito pela opinião dos outros. Cada um sabe de si.

Já sei que se estão para aí a perguntar: "Ai, mas se soubesses que o bebé ia nascer deficiente? Se soubesses que havia grandes probabilidades de morrer na hora do parto? Se o bebé fosse fruto de uma relação sexual não consentida?". Não me importa. EU não abortava na mesma. Mas isso sou eu. Considero que um filho é uma dádiva, desde a sua concepção. Deus me proteja e não me dê um bebé com problemas de saúde. Mas isso não é por mim, é pela criança. O facto de ser ser mãe faz com que se esqueça tudo. Até a cara de um eventual violador. Porque ter um filho suplanta-nos, torna-nos melhores, dá-nos uma razão para viver quando tudo o resto corre ao contrário. E eu digo isto sem nunca ter sido mãe; mas tenho o exemplo da minha, que sempre viveu e ainda vive para mim e para o meu irmão (adultos e mais que crescidinhos!). Sempre nos demonstrou o maior amor do mundo. Nunca se inibiu em dizer que nos amava. Sempre nos fez sentir queridos, protegidos e acompanhados. E o mesmo fez o meu pai. Pode não ser uma pessoa de abraços e beijinhos (a minha mãe também exagera!), mas esteve sempre lá para nós. Nunca nos negou nada, nem mesmo quando o que pedíamos era em jeito de birra. Sou uma sortuda. Tenho pais que me desejaram e acolheram como uma extensão deles próprios. Espero conseguir fazer um dia com que os meus (futuros) filhos sintam o mesmo em relação a mim.

Sei bem que há muitas mulheres (e homens) que acham os meus fundamentos retrógados, conservadores, até moralistas. Não, a minha motivação não é religiosa (pese embora eu tenha referido Deus mais acima). É sentida, mesmo. A Igreja também é contra o uso da pílula e eu tomo-a; sem qualquer tipo de peso na consciência. Porque sei (sempre mo ensinaram) que a Bíblia é um conjunto de parábolas, não é para ser interpretada no seu sentido literal. E porque também sei que a Igreja-instituição foi alterando ao longo dos séculos o âmago daquilo que é o catolicismo. Bem, mas religiões à parte, que não é disso que estamos aqui a falar (sei lá se é Deus, se é Alá, se é Ganesha; é aquilo em que cada um acredita!), quero, uma vez mais, reiterar que sou capaz de ouvir e acatar a opinião daqueles que são a favor do aborto. Como eu tenho os meus, essas pessoas têm os seus motivos. Eu tenho amigos que são a favor do aborto e não é por isso que gosto menos deles. Conheço mulheres que já interromperam voluntariamente uma gravidez e não é por isso que as olho de lado. Apenas acho que podiam ter escolhido outro caminho...

Sobretudo, acho que é preciso, cada vez mais, falar aos miúdos desde cedo sobre a sexualidade (a sua e em geral). Para quê dizer a um menino de 9 anos que os bebés saem pela barriga da mãe, onde o Sr. Dr. faz um corte? Sim, saem. Em algumas situações. E nas outras? Nas outras explica-se. Não é preciso falar-lhes de sexo e muito menos dar-lhe uma conotação negativa. Eu revelei os factos todos ao meu afilhado mais velho (com 9 anos) de uma forma natural, sem constrangimentos, com recurso a imagens e apelando à biologia e anatomia humana. A reacção dele? Naturalíssima. Como se eu lhe tivesse explicado como é que se processa a passagem da água do estado líquido ao gasoso. Compreendeu perfeitamente e percebeu que é uma coisa da natureza: acontece com os humanos como com os animais. A palavra "sexo" nem veio à baila. Se ele a diz, é porque vê/ouve na televisão. Se ele vê um casal aos beijos, acha que vão ter sexo. Nem sei se ele sabe o que o sexo é. Eu cá não lhe expliquei. Mas ao menos não acredita que os bebés são trazidos pelas cegonhas e só por isso sinto que cumpri o meu dever.

Agora o que me custa (e surpreende, sobretudo!) é ter tido que tirar uma hora daquelas reservadas a uma das disciplinas que lecciono para explicar às minhas alunas (com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos - e todas sexualmente activas!) o que são os métodos contraceptivos e as doenças sexualmente transmissíveis. Andavam elas a tomar a pílula do dia seguinte 3 vezes por mês, a ter relações desprotegidas (sem preservativo) e a sua única preocupação era não engravidar (e as doenças, raparigas?!). A única DST que conheciam era a SIDA. Nunca ouviram falar de sífilis, gonorreia, clamídia... Da turma inteira, 99% afirmou que abortaria se descobrisse que estava grávida (a única que disse que não apareceu-me grávida um mês depois e decidiu ficar com o bebé, que a esta altura faltam poucas semanas para conhecer o mundo que o espera). É triste, esta realidade, não é? Onde estão os pais dessas crianças?? Crianças sim, porque a maturidade ali não abunda... Não as acompanham porquê? E não me venham cá dizer que a culpa é das escolas por não leccionarem a disciplina de Educação Sexual que há anos consta do programa curricular. As pessoas ainda não perceberam que a educação começa (e, em última instância acaba) em casa. A escola é um complemento e foca-se mais nos aspectos académicos. Formação cívica e pessoal aprende-se com quem nos cria e nos transmite valores. É que há uma coisa que se chama "escola da vida" e eu cá não gostava que os meus filhos assistissem a essas aulas sozinhos, sem o meu amparo...


domingo, 11 de setembro de 2011

Quando eu achava que podia mudar o mundo


Quando eu tinha 22 anos e andava na Faculdade (socorro!), tinha a mania que ia revolucionar esta m**** toda. 
Era toda reivindicativa e muito opinativa (não a cair para o comunista, Deus me livre!). Aliás, descobri no outro dia uma coisa que tinha escrito sobre os meus interesses. Entre outros, indiquei: "Direito - trarei um novo sentido de justiça a este país. Vote Carla Santos para as Autárquicas de 2025!". Agora que os anos vão passando é que vamos vendo o que crescemos entretanto (espero não encontrar nada que tenha escrito aos 17!). Depois de começar a trabalhar percebi que a profissão que tinha escolhido aos 14 anos não é, de todo, semelhante ao que eu havia idealizado. Eu não ajudo as pessoas; minto por elas. Ossos do ofício, aprendi eu.

Voltando à vaca fria: algures em 2005, vi uma reportagem no telejornal que me deixou deveras furiosa. Aquilo é que foi correr para o computador e deixar no site do canal de televisão em questão uma reclamação toda "abespinhada". Seguidamente, enviei um e-mail para o jornal com mais tiragem da Região Autónoma dos Açores (só não fui lá pessoalmente porque me encontrava em Lisboa) com o texto que vos passo a mostrar e que foi publicado dois dias depois. Senti-me "cheia", com aquela sensação de dever cumprido. À luz do meu actual "eu", vejo a imaturidade que aquele texto transpira. Mas valeu a intenção! Para além de ter deixado o meu papá tão orgulhoso que até hoje tem o recorte daquele jornal emoldurado e exposto na sua secretária. LOL


"Ministra diz-se normal, logo erra." 

Assistindo à emissão do Jornal Nacional da TVI do dia 23 de Junho de 2005 não consegui conter o espanto ao verificar que, ao contrário do esperado, o Governo português conseguiu descer ainda mais baixo e mostrar-se mais incompetente do que tem feito até então. O Governo de Sócrates tem-se mostrado uma escolha infeliz por parte dos portugueses que, invariavelmente, se mostram susceptíveis de ser ludibriados por falsas e utópicas promessas.
A fraca prestação de Sócrates até ao momento revela-se não tanto nas discutíveis medidas tomadas no âmbito do Trabalho e da Segurança Social, com o intuito, parece-me, de se repercutir na Economia portuguesa (tentativas infudadas, a meu ver...), mas sim nas fracas opções tomadas a nível dos seus representantes. Choca-me ouvir uma senhora, em princípio conhecedora da Lei e cuja obrigação principal enquanto membro de um Governo consiste em dominar o teor das matérias tratadas na Constituição da República a que respeita, vir a público reconhecer que cometeu um erro (atitude de louvar) e piorar gravemente a situação “enterrando-se” como jamais ouvi um representante de um cargo político fazer. A respeitável Sra. Ministra da Educação terá dito, no âmbito da reportagem passada pela TVI, e passo a citar: "é um tribunal de Ponta Delgada, não é um tribunal de Lisboa, nem respeita à República Portuguesa.". Os Açores não são parte da República Portuguesa?! São espanhóis, porventura... Para a dita Senhora segue um recado: consta expressamente do art. 5º da Constituição da República Portuguesa que "Portugal abrange o território historicamente definido no continente europeu e os arquipélagos dos Açores e da Madeira.", sendo que o regime político-administrativo das ditas Regiões se encontra disposto na mesma Lei Fundamental, mas não está prevista (ainda) a sua não sujeição às leis estaduais e, como tal, OS TRIBUNAIS AÇORIANOS SÃO, EFECTIVAMENTE, PARTE INTEGRANTE DO SISTEMA JUDICIÁRIO PORTUGUÊS!
Deixa-me ainda mais desanimada verificar que os ditos grandes senhores deste país que poucas perspectivas de futuro me traz conseguem demostrar ainda mais ignorância que os infelizes alunos do 12º ano que, ultimamente, se têm debatido com o problema das greves, pondo em causa o resultado dos seus exames e, consequentemente o seu futuro académico. Se a educação em Portugal, a par de tantos outros aspectos, se encontra pelas ruas da amargura, sendo que tão maus resultados a nível de disciplinas tão relevantes como a Matemática e a própria Língua Portuguesa (!) se vêm agravando de ano para ano, o que dizer desta geração de governantes que, ao invés de nos (ao país, enquanto cidadãos globalmente considerados) incentivar a construir um futuro melhor, independentemente dos sacrifícios que forem necessários fazer, só nos rebaixam perante o resto da Europa, evidenciando de dia para dia a mediocridade em que nos deixámos cair? Pior, uma geração de responsáveis políticos que retira quaisquer esperanças aos jovens que, como eu, procuram ter uma voz activa no que diz respeito às opções tomadas a nível nacional e que têm importantes repercussões na sua vida, principalmente numa perspectiva a longo prazo. Esse desacreditar crescente no Estado português alia-se, infelizmente, à vergonha que sinto dos símbolos nacionais; vergonha de toda uma comunidade que continua, tal como no Estado Novo, agarrada à cultura do Fado, Futebol e Fátima e que me embaraça perante o resto do mundo quando personagens importantes se esquecem que determinadas regiões do país continuam a fazer parte do seu território e, por isso mesmo, sob a sua responsabilidade, insistindo em tratar os insulares como portugueses de segunda, meros apêndices e até um encargo para os cofres do Estado.
E se Durão Barroso fosse para a Comissão Europeia dizer que a Alemanha não é parte integrante da Europa...?



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Mais comprinhas


Comprei mais dois livrinhos para acrescentar à minha biblioteca de gravidez/maternidade/puericultura  em formação. ;) 

Primeiro comprei este:


Depois, este:


Eu sei, eu sei que ainda é muuuuuuuito cedo! O Maridão começa a ficar assustado, com medo que eu faça alguma coisa sem ele ter conhecimento (impossível!) e depois lhe deixe cair a bomba no colo! O maninho diz que sou maluca e já estou a delirar com isto antes do tempo. Mas qual é o problema em ir adquirindo o máximo de conhecimento possível para, perante as inevitáveis informações contraditórias que vão surgir (mãe, sogra, avó, tias, livro A, B ou C), filtrar aquelas que vou tomar como certas e assumi-las como adaptáveis à minha situação? Que mal tem em preparar as coisas com a devida antecedência? Não quero ser uma grávida stressada, que corre para a mãe (ou liga para o G.O.) todas as vezes que lhe aparece um sintoma diferente; não quero ser uma recém-mamã que não sabe como dar banho ao seu bebé, alimentá-lo, vesti-lo e que por isso entra num estado de nervosismo tal que acaba por precisar de ajuda para desempenhar as tarefas mais básicas em relação ao seu filhote.

Felizmente, nessa coisa de cuidar de bebés já estou eu batida. Tenho 3 afilhados rapazes (a 4ª, que é uma menina/mulher linda, mas é afilhada do Crisma, para o caso não conta, pois eu não tinha idade para lhe conseguir mudar as fraldas quando ela precisou): um com 9 e os outros ambos com 2 anos. O mais velho, sobretudo, ficou muitas vezes aos meus cuidados. Nós os dois sozinhos das 8h30 às 18h00. Várias noites em que ficou a dormir comigo. Tardes inteiras a tentar entretê-lo. Idas à praia. Birras valentes. Portanto, mudar fraldas, dar banho, vestir, alimentar, noites mal dormidas, birras e choros não constituem problema para mim. Nem me assustam minimamente. Mas há outras coisas com que não cheguei a lidar com o mesmo pormenor com que uma mãe tem de o fazer: as otites, os dentes a nascer, as consultas no pediatra, as vacinas, as alergias, as diarreias, o controle do raio dos percentis... Logo, acho que só faz bem tentar saber o máximo sobre esse tipo de coisas para que, quando lá chegar, não fique tipo barata tonta, sem saber como agir. Sou muito independente e detesto ter que estar a pedir ajuda. Principalmente para coisas básicas. Claro que se houver necessidade de pedir conselhos, não hesitarei em fazê-lo. Felizmente há muitos profissionais de saúde na família e no rol de amigos íntimos...

Junto o útil ao agradável:  gosto muito de ler (a conta bancária é que se ressente, pois é um vício caro) e de estar devidamente preparada para cada situação, por isso, sendo cedo ou não, vou continuar a recolher toda a informação que conseguir. Gosto de saber coisas, pronto! :)

E a "biblioteca" não se vai ficar por aqui! ;) Os próximos "meninos" a virem "morar" cá para casa, pela sua inegável importância,  são:


(Nisto da comida, espero bem que saia ao papá e não à mamã, 
senão aí é que vou parar à Casa de Saúde, a julgar pelo que conta a minha mãe)



(Segundo as previsões do Maridão, este vai ser o meu calcanhar de Aquiles e 
fruto de muita discussão cá em casa. Para o evitar, adquiro
 as necessárias competências com antecedência)



(idem)


Depois, mais tarde, não me esquecerei ainda de "alojar" estes:




Tenho dúvidas ainda quanto ao Diário da Gravidez, pois também vi este que me aliciou:



Mas é que os outros dois fazem parte de uma colecção da qual já tenho este (que adorei e me deu um jeitão!):

Que se lixe! Compro-os a todos! Se não os preencher na 1ª gravidez, hei-de fazê-lo na(s) seguinte(s).

Sim, eu sei. Sou louca. Bem que vos avisei!

Desculpas para cozinhar


Nunca fui grande amante de tachos e panelas.

Primeiro, porque nem sequer gosto muito de comer (como quem me conhece pessoalmente já se deve ter apercebido)... Na verdade, sou daquelas pessoas que acham que sentar à mesa para almoçar ou jantar é uma perda de tempo e seria a primeira cliente no dia em que inventassem uma pílula capaz de substituir uma refeição. Claro que gosto de uma boa jantarada entre amigos, mas isso são situações excepcionais, em que a comida se torna mais apelativa, regada com um bom vinho tinto! :)
Segundo, porque sou muito desastrada e o processo de cozinhar sempre foi recheado de pequenos incidentes, desde deixar cair um pacote inteiro de puré de batata instantâneo no chão, deixar cair um pacote de manteiga acabadinho de abrir, esquecer-me do tacho com o arroz a cozer e depois ir dar por ele todo preto, agarrado no fundo do dito de tal forma que foram arroz e tacho directamente para o lixo.
Terceiro, nunca tive grande paciência e a minha mamã, sabendo dessa minha característica, nunca me incentivou, nem me chamou para junto dela para aprender.

O facto é que durante 5 anos vivi em Lisboa, sozinha, sem mamã a quem poder recorrer, pelo que, não podendo sobreviver de congelados e fast-food, lá me fui desenrascando. À custa dos incidentes que já referi e de algumas refeições consistindo numa simples tigela de Chocapic, é certo. Mas fartei-me de cozinhar, de seguir receitas e de inventar, também. Só que o bichinho não ficou.

Regressada aos Açores, voltei para casa dos meus pais e... eis que a necessidade de cozinhar uma vez mais se evaporou. A minha mãe é dona e rainha daquela cozinha e sempre almocei em casa dos pais do Maridão, porque fica no centro da cidade e muito próximo do meu escritório.
Contudo, desde que casei, talvez inspirada pela curiosidade e empenho do Maridão em experimentar novos pratos e passar tempo de roda do fogão, fui ganhando esse gosto também. Dediquei-me, porém, aos doces. Cá em casa, ele é que é o chef de serviço e eu sou a pasteleira. :) Bolos e tartes têm merecido a minha principal atenção, mas também me dedico a outros pratos que não a doçaria. O Maridão adora gastronomia internacional e farta-se de experimentar pratos mexicanos, italianos e tailandeses e eu, conhecendo o seu gosto por "comidas diferentes", ofereci-lhe uma vez uma colecção de 8 livros de culinária: cozinha francesa, mediterrânica, mexicana, chinesa, tailandesa, grega, peixe e marisco, wok e salteados. Gosto do jeito que ele adapta e mistura cada receita, dando largas à sua imaginação. Eu, pelo contrário, gosto de cozinhar pratos tradicionais (embora adore experimentar novos sabores), sopas, assados, pratos de frango, pratos de peixe, quiches...

Cá em casa proliferam, como já vos disse uma vez, livros de culinária. Como é óbvio não cabem todos numa gaveta de cozinha e, por isso, acabam por andar espalhados pela casa: na sala, no escritório... até no quarto, na mesinha de cabeceira do Maridão! :) Blogs e sites de culinária são coisa que também não falta nos "Favoritos" do meu computador. Não obstante, as ideias para uma refeição simples para os nossos jantares semanais às vezes escasseiam. Ou porque não descongelámos qualquer coisa previamente, ou porque vai demorar imenso tempo no forno e já é muito tarde, ou simplesmente porque não temos paciência (nesses dias normalmente McDonald's ou pizza resolvem o problema).

Para essas situações tenho normalmente um ou dois sites com receitas simples e rápidas que me iluminam o caminho, mas muito recentemente cruzei-me com esta pequena pérola: http://www.cristinavaz.com/desculpasparacozinhar/. É um livro de receitas, cujo pdf podem descarregar gratuitamente neste link. Nas palavras da sua autora, Cristina Vaz, fotógrafa de profissão, "o livro 'Desculpas para cozinhar' é um livro de receitas e um livro de fotografia, mas é principalmente uma boa desculpa para aquelas pessoas que não gostam de cozinhar e que estão sempre a arranjar desculpas para não o fazer. Eu sou uma dessas pessoas e, com este livro, quero-lhe arranjar todas as desculpas para abrir o apetite enquanto escolhe o que vai fazer para o almoço." Parece mesmo adequado a principiantes e curiosos como eu, não é? ;) Façam o download, pois o livro é uma ajuda preciosa. Decerto ajudará todos aqueles meus amigos (e ilustres leitores) que se encontram ou já encontraram numa situação de falta de inspiração culinária. Fica a dica às minhas amigas recém-mamãs (com tão pouco tempo para fazer tudo o que precisam), mulheres de carreira a cursar especialidades, meninos e meninas que, como eu, ficam a trabalhar até às 21h/22h e ainda aos meus amigos do peito que não cozinham nem sabem (querem) fazê-lo, mas decidiram (devem!) surpreender a esposa exausta cozinhando-lhe uma bela refeição caseira (esta é para ti, N.G.!).

Além de fazerem o download gratuito do livro, aconselho-vos também a guardar nos vossos "Favoritos" o respectivo blog (http://desculpasparacozinhar.wordpress.com/), cujas receitas não estão no livro e por isso vêm complementar o nosso repertório de conhecimento gastronómico. E sabem do que gosto mais neste projecto? Do facto de se tratarem de receitas para o dia-a-dia, rápidas, saborosas e sem complicações e, sobretudo, porque tanto o livro como o blog estão ilustrados com fotografias de todos os ingredientes de cada receita e do seu resultado final.

Vá, toca a colocar os aventais e seguir rumo à cozinha! E não se esqueçam de depois vir contar-me como correu. :)


Boas experiências!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sometimes I feel this way too...

Chapadas

A pedido de inúmeras famílias, venho contar como correu a minha manhã no Tribunal. :)

Quando cheguei ao Tribunal de Família e Menores e me dirigi ao elevador para subir até ao gabinete do juiz (porque primeiro vemos sempre se há possibilidade de chegar a acordo entre as partes), deparei-me logo com uma "criatura" a descer as escadas com o seguinte aspecto: cheio de esterco, um boné de camionista, blusão de cabedal (estava sol e calor, apesar de eu hoje já ter assistido a chuva torrencial por 3 vezes), sem dentes da frente e umas mãos tão pretas que mais parecia ter andado a cavar terra (não, não reparei se tinha a unhaca do dedo mindinho).
Percebi logo que era o marido da minha cliente e que a coisa não ia correr lá muito bem (tiro-lhes logo o retrato). Não me enganei: burro que nem uma porta, ignorância mesquinha, pobreza de espírito, machismo retrógrado e alcoolismo puro (às 9h30 da manhã, que belo cheirinho a vinho de cheiro e tabaco entranhado - o meu trabalho é, de facto, muito glamouroso). Nem o juiz respeitou e fartou-se de lhe interromper o discurso num tom agressivo. Fiquei ansiosamente à espera (ia ser o ponto alto do meu dia) do momento exacto em que o juiz (que não é pêra doce e é bem conhecido por isso) o ia mandar deter por desrespeito ao tribunal (sim, já o vi fazer isso por bem menos), mas ele hoje estava especialmente paciente. Deve ter dormido bem...

O homem complicava por causa da casa, dos alimentos a pagar ao menor... queria por força "assinar" o divórcio... Conclusão: depois de eu lhe agarrar o braço (algum dia arrisco-me a levar um trambolhão) e lhe explicar de dentes cerrados que era assim que as coisas se faziam, que aquele era o procedimento normal em casos de divórcio ou então não havia acordo nenhum e teríamos que ir a julgamento fazer lavagem de roupa suja, com testemunhas parciais, designadamente os familiares dele e dela (são os meus preferidos! LOL), lá o homem disse que "lhe [a ela, esposa] dava o divórcio!". De rir! Até parece que ele ali manda alguma coisa! Acho que não sabe bem o que é um juiz e os poderes que tem...
"Dar" o divórcio, ok. Agora sair de casa é que não. Resumindo e concluindo: vão ter que continuar a viver juntos até que a Câmara Municipal decida quem é que fica com o contrato de arrendamento (é uma habitação de realojamento). No dia em que essa decisão for tomada é que eu quero ver... vai dar leilão! Mas também já não é nada comigo. A minha intervenção com aqueles dois acaba aqui.

Ah! Não me posso esquecer de vos dizer que no fim ainda tive que dar dois berros ao homem (não digo que me arrisco?) porque ele queria por força "assinar o divórcio" e dizia que não voltava ao tribunal mais vez nenhuma, que ou assinava hoje ou não assinava mais. LOL. Como é que se ultrapassa a barreira de "nada" que há num cérebro daqueles até chegar ao único neurónio funcional (aquele que ainda lhe permite ter a noção de que é para fazer chichi de pé, dormir quando tem sono, comer quando tem fome e ficar caído na valeta quando está bêbado) e se explica que não se assina nada, que a simples presença deles perante o juiz a manifestar a intenção de se divorciarem e a acordarem nos termos do mesmo é o suficiente? Que o juiz agora dá a sentença ("aquilo que aquela menina esteve lá dentro a escrever no computador", disse-lhe eu) que confirma que eles estão legalmente divorciados? Se entendeu ou não, não sei. O certo é que ainda resmungou "não me mandem chamar para mais nada disso que eu não venho". Acho que já não há remédio para pessoas assim. Por isso é que gosto mais de cães. São muito inteligentes.

Infelizmente, que é o que para aqui interessa, chapadas, chapadas, não houve. Ao menos tinha dado mais piada à coisa.

E brincando, brincando, levei 2 horas empatada naquilo! Deus me valha que a tarde ainda é longa...

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