Já está. Chegámos ao fim deste ano. E que ano!
Eu não tenho por hábito fazer resoluções de ano novo, mas hoje sinto-me inclinada para isso.
Estamos a poucas horas do final de 2011 e, não sei porquê, tenho a cabeça a fervilhar de pensamentos. Parece que, sozinho, o meu cérebro decidiu fazer uma retrospectiva de tudo o que se passou durante estes últimos 12 meses, tanto de bom como de mau. E eu detesto essas coisas. Não costumo avaliar o que fiz no ano anterior, não costumo formular desejos para o ano seguinte. Não como as 12 passas, nem salto para cima de uma cadeira. No máximo dos máximos, sou capaz de vestir uma peça de roupa azul, mas isso às vezes não passa de mera coincidência e nem sequer acontece todos os anos.
Hoje penso no que fiz e no que deixei de fazer. Penso sobretudo no que quero que aconteça. Já disse que nunca fiz isto antes. A explicação talvez seja o facto de hoje, pela primeira vez desde que me conheço, estar longe do que é meu numa noite como a de hoje. É verdade o que dizem sobre darmos mais valor às coisas quando estamos longe delas...
Sobre 2011, tenho a dizer foi anormalmente esquisito. Comecei o ano a tomar medicamentos que achei nunca vir a precisar. Melhoraram a minha qualidade de vida, mas também me fizeram adiar planos... A nível profissional, não me faltaram projectos. Pelo contrário, difícil foi dar conta deles todos! Porém, a minha vontade de trabalhar e a energia que tanto me caracteriza desvaneceram-se até um ponto que nunca achei ser possível. Senti-me cansada, muito cansada. E triste. Vi familiares adoecerem e lutarem pela vida. Vi outros familiares debaterem-se com decisões importantes. Vi outros ainda cometerem erros que prejudicaram mais do que uma pessoa. E tudo isso se reflectiu em mim. Porque eles fazem parte de mim.
Mas também fui feliz. Tive o meu marido sempre a meu lado. Mesmo quando eu acordava feia, chorosa, abatida e sem vontade de ver ninguém. Mesmo quando eu chegava a casa uma pilha de nervos e me agarrava a ele a chorar sem lhe dar qualquer explicação. Mesmo quando ficava à espera que eu saísse do trabalho às 23h00 e tinha o jantar pronto para comermos juntos. Mesmo quando eu gritava e desesperava e atirava com tudo. Fez-me rir. Cantámos juntos. Dançámos. Sei que não fui a esposa perfeita, mas amo-o mais do que a vida. E eu sei que ele sabe. É por isso que tem umas costas tão largas para suportar tudo o que eu trouxe para a vida dele. E ninguém alguma vez o saberá fazer tão bem.
Para 2012, desejo sobretudo saúde. Para mim e para os meus. Porque ver a vida fugir-nos (ou a eles) debaixo dos pés é um pesadelo. Quero fazer deste novo ano um marco na minha vida, a vários níveis. Quero ser uma pessoa melhor. Quero estabilidade emocional. Saúde mental. Sossego e paz de alma. Quero ter a minha família e os meus amigos sempre por perto. Quero mostrar-lhes o quanto são importantes para mim.
Os meus principais objectivos para o novo ano são:
- Combater a "nuvem negra" e deixar de precisar dos mecanismos químicos para a manter afastada.
- Recuperar a força e energia que sempre tive e dar um novo fôlego ao(s) meus(s) trabalho(s).
- Organizar a minha vida, os meus horários e os meus inexistentes hábitos alimentares.
- Ser uma Madrinha ainda mais presente.
- Ser a esposa que o meu marido merece.
- Trazer um novo e tão ansiado membro para a família (acho que este é mesmo o meu desejo mais forte!).
Quero agradecer a todos os que por aqui passam e mostram vontade de partilhar comigo as minhas loucuras. Este blog tem sido, desde final de Agosto, um grande escape. Dou graças por me ter lembrado de o criar.
Agradeço também a todos aqueles cujos blogs sigo e que me fazem sentir como se os conhecesse pessoalmente. É como se eu me pudesse refugiar num mundo à parte e falar com pessoas que não estão aqui para me julgar (salvo um ou outro anónimo...).
Por último, desejo que o novo ano seja inesquecível para todos nós, repleto de sucessos e sonhos concretizados! Feliz Ano Novo, do fundo do coração!