terça-feira, 9 de julho de 2013

Competir a escrever

Ora pois que a história reza assim:

Carlinha e Claudiamar decidiram inscrever-se num Campeonato Nacional de Escrita Criativa.
Durante 10 semanas foram-nos propostos temas sobre os quais deveríamos escrever. O objectivo era produzir um texto com não mais de 400 palavras (pesadelo!). 
Escrevia, cortava e recortava e depois lá mandava a produção artística ao respectivo júri.
Uns temas foram parvos, outros mais giros. O engraçado é constatar que, partindo da mesma premissa, as nossas duas cabecinhas produziram sempre histórias tão diferentes umas das outras. :) 

Decidimos, as duas, mostrar-vos o que andámos a fazer nos últimos tempos e a Claudiamar já publicou hoje o seu primeiro texto. Ou melhor, o último. O correspondente à 10ª jornada. Vão lá espreitar.
Agora posto eu o meu aqui. 

O tema era:
"Duas pessoas conhecem-se quando uma delas está à procura de um parente distante. Uma delas é solitária. Explore o enredo."

A minha história foi esta:


- 'Mooor...?
- Hum?
- Sabes aquele campeonato de escrita criativa em que me inscrevi?
- Sim. O que é que tem?
- Este é o último desafio.
- Olha, boa! Não vou mais ter que ouvir os teus textos todas as semanas. (pisca-lhe o olho e lança-lhe um sorriso gozão)
- Bruto!
- Estava a brincar! Sabes que gosto MUITO de ler o que escreves. (tenta abraçá-la, rindo , enquanto ela se finge ofendida)
- Pois, pois...
- A sério! Então o que é que me querias dizer? Estás triste por acabar o concurso, é isso?
- Não. Quer dizer: também. O problema é outro. (começa a roer as unhas) É que não tenho ideias nenhumas para esta semana e isso nunca me aconteceu. O que só vem agravar o facto de ter descido vertiginosamente na classificação... (amuada de frustração)
- Oh! Mas porque é que levas isso tão a sério? Não passa de uma brincadeira. Gostas de escrever e vais-te entretendo. Já não estás no Secundário e não se tratam de notas, certo?
- "Brincadeira"? Desculpa lá! Sabes o que eu penso sobre as competições, não sabes?! QUALQUER competição...
- Então não sei?! Contigo não quero sequer jogar poker a feijões... (revira os olhos e finge ser degolado com o próprio indicador). Mas vá lá, diz. Precisas da minha ajuda, é? (começa em tom de troça, mas trata rapidamente de substituí-lo por uma postura mais séria, não vá o mau-feitio dela dar de si)
- Detesto ter que pedi-la! (orgulhosa!!) Mas estou mesmo sem inspiração...
- Ah ah! Agora é que vais ver como a minha mente é criativa! Diz lá qual é o tema!
- Pára de ser parvo! (irritada) É suposto escrevermos sobre duas pessoas que se conhecem quando uma delas está à procura de um parente distante, sendo que uma é solitária.
- Isso é tão fácil! Escreve um romance qualquer...
- Sim, tipo o "Comer, Rezar e sei lá mais o quê" que me ofereceste, se calhar...! (toda ela é ironia) Tu sabes que detesto histórias de amor e cenas bucólicas...
- Olha, lembras-te daquele programa horrível que costumavas ver na tv em que as pessoas iam à procura dos seus antepassados para construir uma árvore genealógica? Pões um gajo todo giro à caça da identidade do bisavô e uma bibliotecária tímida e solitária a apaixonarem-se e pronto. Voilà!
- Oh! Vai gozar outra!


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