Tenho uma mania um bocado estranha: leio sempre dois livros ao mesmo tempo. É como ir à gelataria pedir um cone com duas bolas: ora saboreias uma, ora a outra, para não enjoar. ;)
Actualmente estou a ler este - escrito com tanto humor e a fazer parecer tudo tão divertido e lógico que até dá vontade de ter mesmo uma doença mental :) - e um outro que, tenho a certeza, me vai fazer chorar, ficar revoltada, sentir nojo...
Se viram a série "As Taras de Tara", que passou na FOX (ou, em inglês, "United States of Tara"), recordar-se-ão de uma mulher nos seus 40, com um casal de filhos, uma irmã co-dependente e um marido com a paciência de um santo, a lutar contra as suas múltiplas personalidades e os sarilhos em que se metia por causa delas (que também eram eles, às vezes).
O livro que estou a ler chama-se "O Inferno de Alice", foi escrito por Alice Jamieson e trata-se de uma história verídica. O que me arrepia.
O que ela diz na capa: "Mais de quinze personalidades. Uma mente torturada."
A sinopse:
Alice
parecia ter tudo para ser feliz: vivia com os pais e o irmão numa casa luxuosa,
frequentava as melhores escolas… Porém, sempre se sentiu diferente das outras
crianças. Sofria de perdas de memória, tinha pesadelos violentíssimos e as
vozes que ouvia na sua cabeça pediam-lhe para se matar. Culpou-se em silêncio
durante anos até procurar um terapeuta, que a ajudou a compreender o que a
atormentava: múltiplas personalidades. Quando elas se revelaram, Alice percebeu
por fim a dimensão da sua agonia. Cada uma das personalidades tinha as suas
próprias e terríveis memórias. Ela podia finalmente ter uma visão global da sua
infância. Mas o que descobriu quase a matou. Alice fora abusada pelo próprio
pai desde os seis meses de idade. Ao longo da sua infância, adolescência e
juventude, ele violara-a centenas de vezes, tendo até permitido que outras
pessoas o fizessem. "O meu pai infligiu-me todas as perversões
possíveis", conta-nos. Na adolescência, sofria de anorexia e de
perturbação obsessivo-compulsiva, perturbações que eram, no fundo, silenciosos
pedidos de ajuda que ela descreve corajosamente em O Inferno de Alice. Perceber
e sobreviver ao passado foi apenas o início de uma luta que Alice trava até
hoje. Esta é a sua história.
Iniciei agora o 2º capítulo. Ainda que não tivesse lido a sinopse, já estaria a antever a causa do trauma daquela menina/mulher. O que me perturba mesmo é saber que estas situações se perpetuam no tempo, por mais informadas e consciencializadas que as pessoas estejam para esta problemática. Porque a Humanidade está doente. Os valores perderam-se, bem como o respeito pela dignidade dos outros. Quem quer criar filhos num mundo assim?
Lembram-se deste outro livro? "O Quarto de Jack"? ADOREI! Tornou-se um dos meus livros favoritos. Tanto que, apesar de ter uns 20 em fila de espera, estou cheia de vontade de o reler (sim, eu leio o mesmo livro pelo menos duas vezes; a não ser que se tenha revelado uma autêntica porcaria como o "Comer, Orar e Amar", que nem acabei). Tenho é que me lembrar a quem é que o emprestei...
Este é outro livro que nos faz parar para pensar em que raio de mundo vivemos. É uma história tão recambolesca (mas, ao mesmo tempo, tão susceptível de acontecer), que nos prende até à última página e nos deixa a desejar por mais. É MESMO BOM!
Leiam. Leiam muito! Ponham o computador ou a televisão um bocadinho de lado e peguem num livro. Aconselho qualquer um destes três (e mais umas quantas dúzias), por isso: boas leituras!
O quarto de Jack é fantástico, com detalhes deliciosos, descrições maravilhosas da visão de uma criança que jamais conheceu outra realidade.
ResponderEliminarNem te falo sobre o Comer, Orar e não sei mais o quê. Um flop!
Estou de olho na Alice!
Ah e releio todos os meus livros, sempre que me apetece!
ResponderEliminarDaqui a duas semanas e meia quando entregar a tese vou precisar de umas luzes tuas para voltar a ler! Tenho tantas saudades! Mas com as coisas da universidade tem sido impossível!
ResponderEliminarO enredo é muito básico...
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