quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sanguessugas

Acabei de ler no Público uma entrevista ao (meu) Professor Marcelo Rebelo de Sousa sobre o Relvas e as manifestações a respeito da sua pseudo-licenciatura e fiquei feliz por saber que não sou só eu a achar que há assuntos mais prementes a ser resolvidos. Dizia o artigo que:

O ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, anunciou no domingo que os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) vão passar a ser obrigados a procurar trabalho, fazer formação profissional e desempenhar tarefas úteis à sociedade. Sobre esta medida, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se a favor, mas também reticente em relação à aplicação prática deste anúncio: “Já é a décima vez que eu ouço isso e acho bem. O que eu me pergunto é porque é que isso ainda não acontece”, afirmou.

A respeito do Rendimento Social de Inserção já muito foi dito sobre a facilidade na sua atribuição e posterior falta de fiscalização. Não me vou alongar muito mais, pois é sobejamente conhecida a minha opinião sobre esse instrumento de ócio. A verdade é que já ouvimos há muito tempo dizer que vai haver um maior controlo, que vão impor contrapartidas... porém continua tudo na mesma. Acho que falam para não ouvirem. É apenas uma estratégia para nos atirar a todos (mais) areia para os olhos.

Quando soube das declarações do ministro, ri-me com gosto. Ah, pois! Agora é que as coisas vão mudar... Vão lá nada! É só mais uma para calar o povo. Tenho diariamente provas de que o sistema não funciona e as entidades responsáveis estão-se nas tintas. Desde os meus alunos dos cursos Reactivar e a sua postura de só estarem ali para não perderem os benefícios sociais (e nós, formadores, "proibidos" de os chumbar), às fulanas que deixam um emprego estável como empregada doméstica, com descontos para a Segurança Social, seguro contra acidentes de trabalho e subsídio de férias e de Natal, tudo como manda a lei, porque a assistente social descobriu que está a trabalhar e por causa disso vai-lhe tirar o rendimento mínimo. Como é que é?! Essa gente prefere estar desempregada e ficar em casa a receber o fruto do trabalho dos outros! Honra? Vergonha na cara? O que é isso? Ainda dizem que não há trabalho. Não há, não... :P

Os apoios e benefícios concedidos de forma descontrolada pelo Estado aos frascos e comprimidos resultam nisto:
A "Maria" foi acolhida numa casa-abrigo porque, alegadamente, sofria de violência doméstica por parte do marido. Aguentou por lá menos de uma semana. Indagada sobre a razão de ter voltado tão rapidamente para casa, respondeu que "para fritar peixe, frito em casa". True story! Passou-se à minha frente. Basicamente, a "Maria" achava que aquilo era um hotel de não sei quantas estrelas com regime de tudo incluído e que ia ficar para lá estendida de papo para o ar. Quando lhe atribuíram tarefas (o que fazem a todas as residentes, numa lógica de divisão do trabalho e de organização doméstica), a senhora recusou-se a desempenhá-las e preferiu regressar ao lar. Porque é melhor apanhar do marido do que trabalhar. Conclusão: o marido não lhe batia e ela era uma porca gorda e preguiçosa.

Tiram a quem trabalha e dão a quem não quer trabalhar. Puta que pariu a esta democracia! 



2 comentários:

  1. Olha, tu e eu continuamos na mesma sintonia :p
    Acordei cáustica e saiu brinde lá no tasco!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Almas gémeas! ;)
      Até tenho medo de ir lá espreitar! Hoje deves estar do tipo "sai da frente!"... LOL

      Eliminar

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...