quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Memórias de um divórcio

A mulher sai de casa deixando as filhas com o respectivo pai.
Muda-se para casa da mãe e alega que o marido a chama puta e que a acusa de ter outro homem. Afirma que quando tentam conversar terminam sempre a discutir e a insultarem-se mutuamente, e que, por isso, caiu em depressão.
Diz que não quer ver as filhas (de 5 e 12 anos). 
Elas procuram-na, mas recusa-se a estar com elas. Passa por elas na rua e finge que não as conhece.
Começa a levar a vida de solteira que sempre quis ter.
Passados seis meses ainda não reviu as filhas.
Procura um advogado e manda-o instaurar uma acção de divórcio.
O marido, por sua vez, vê-se obrigado a procurar também aconselhamento legal, de forma a poder defender-se das acusações que lhe são feitas e, de lágrimas nos olhos e voz soluçante, inicia uma história que reza assim:

Ela começou a apresentar alterações de comportamento: exaltava-se com facilidade e batia nas filhas de forma exagerada, gritando-lhes e ignorando-as depois quando choravam por pensarem que a mãe já não gostava delas.
Depois, começou “tratar-se” com curandeiros, pois achava que alguém lhe andava a “fazer males”. 
A família começou aperceber-se de que era provável que ela sofresse de depressão e tentaram fazer com que procurasse ajuda médica. Marcaram-lhe várias consultas e, finalmente, numa delas, foi-lhe diagnosticada doença bipolar. Ela, porém, recusou-se a fazer qualquer tipo de tratamento e a tomar a medicação que lhe foi prescrita. 
As suas atitudes mudaram de tal forma que resultaram num internamento compulsivo, no âmbito do qual, por ordem das autoridades de saúde, foi conduzida pela PSP ao Hospital e, posteriormente, internada numa clínica psiquiátrica. Por lá permaneceu cerca de duas semanas. Enquanto esteve internada, nunca quis ver ou falar com a família; nem sequer com as próprias filhas.
Findo o internamento, contudo, quis voltar para casa, para junto do marido e das filhas, tendo  chegado a apresentar algumas melhorias, fruto da acção medicamentosa. Só que esse aparente sucesso pouco durou, já que cedo quis deixar, por iniciativa própria, de tomar os medicamentos.
Deram-se, então, as alterações drásticas: revoltou-se contra a família, dizendo serem a causa de todos os seus problemas, e abandonou o marido e as filhas.
Não telefona às filhas nem as procura. Diz mesmo que não quer saber delas para nada. É o pai das meninas quem trata de tudo o que a elas diz respeito: escola, refeições, higiene e vestuário. Agora são elas que nem querem ouvir o nome da mãe.


Entretanto, e passado um ano desde a entrada do processo de divórcio no tribunal, eis que é marcada a audiência de julgamento...





Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...