sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na caderneta do(a) aluno(a), lia-se...


Olhe, desculpe lá, Sra. Professora! Tenha dó da pobre criança, que anda tão cansadita! É que isto de não fazer nada durante o horário escolar a não ser rabiscos no caderno e ficar a olhar para o quadro como um burro para um palácio e ainda chegar a casa e ter que ver os Morangos com Açúcar e falar com as amiguinhas no MSN não é vida fácil. Se não for pela "piquena", que o seja pela pobre mãe (que aposto que é gorda que nem uma porca, não trabalha, tem a casa cheia de esterco e passa os dias na porta a enredear com as vizinhas), que também anda cansada (não deve ser fácil arrastar 120 kg da cama para o sofá e do sofá até casa da vizinha para pedir um raminho de salsa e "já agora" tomar um cafezinho)!

Além disso tenha em consideração que a senhora é "doente dos nêrves" e a assistente social que lhe trata do rendimento social de inserção, vendo o seu estado de ansiedade (que ardores no peito são aqueles, minha Nossa Senhora?!) até teve que lhe arranjar uma consulta na médica de família que, por sua vez, lhe disse que além do "castrol" elevado, ela ainda tem a tensão alta e, por isso, não se pode aponquentar por nada deste mundo (nem para tomar conta dos 10 filhos, nem para limpar a casa e muito menos para cozinhar para o marido que todos os dias vem do trabalho e espera que o jantar esteja pronto, vejam lá que insensível!).

Tenha paciência, Sra. Professora! Agora mandar TPC todos os dias! Veja lá que a senhora até percebe de leis e tudo e já "correu os seus direitos", por isso sabe que as crianças não são obrigadas a cumprir com esse seu regime ditatorial!

Esta país vai mal. Ai, vai, vai! Com professores destes... Tssstssstsss...


Nota: Juro que não estou a pensar em nenhuma família que conheço, juro... (fingers crossed)


26 comentários:

  1. Será a geração do futuro. Mas a culpa não é deles, é dos pais.
    Aí está um bom exemplo de como, de facto, está o nosso país. Os filhos são tratados como incapazes e cansados desde pequeninos. Enfim...
    Eu, que até sou CONTRA A VIOLÊNCIA, sinto uma enorme vontade de pregar um estalo na Sra. D. mãe da criança/encarregada de educação!!!!
    ...

    Beijinho,
    AC

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  2. Concordo, AC: vivemos num país de gente que está sempre cansada. Desde criança! O que se quer é um feriado, uma ponte, uma greve, um fim-de-semana, umas férias... Acho que já ninguém trabalha por gosto, mas sim porque precisa de € para pagar as contas.

    P.S. - Eu NÂO sou contra a violência... ;) lol

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  3. Mas por acaso têm conhecimentos sociológicos e antropológicos para avaliar com a suficiente capacidade técnica os motivos de uma sociedade assim...? Não me parece.
    Além de que, não basta discriminar e insultar essas pessoas...se conhecessem os motivos que lhes dão causa, nem se atreviam a dizer tais coisas. Mas também aí se vê a vossa/nossa mentalidade que acaba por ser precisamente a mentalidade do quê? Português. Estamos condenados a isto.
    Por isso nunca seremos iguais a outros povos. Percebam isso.

    Basta levar em conta que esta "gente" é gente latina, condição que parecem - querer(?) - ignorar.

    à parte as razões que causam este tipo de "gente", sem que avaliar as razões sirva de desculpa ou sirva para promover tal "estilo de vida", mais importante do que tudo é necessário perceber o que está mal para poder resolver o problema, começando por alterar mentalidades.
    Acho piada é que até andam sempre a dizer "é preciso mudar mentalidades" e depois nao fazem nada.

    Quando o problema só está numa coisa: distribuição de riqueza.
    ENquanto esse problema persistir, tudo o resto vai funcionar mal. E quando falo de distribuição de riqueza não me refiro a dar subsídios. Também os países ricos dão subsídios e RSIs e não estão na mesma situação.
    Reflictam sobre isso.

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  4. Caro Luís Pereira,

    Eu não tenho conhecimentos de Sociologia (muito menos de Antropologia) e sinceramente isso não me incomoda nada, desde logo porque não atribuo qualquer valor a essa alegada "ciência/estudo" (opinião baseada em contactos directos, refira-se). Análises, análises... soluções, nada. Daí que dizer que "é necessário perceber o que está mal para poder resolver o problema" soa-me a pura demagogia...
    Se os comentários que tecemos são depreciativos, o que se dirá do seu? Qual é a diferença entre dizermos que estas são características dos portugueses e vir você aqui dizer que "esta 'gente' é gente latina"? Qual é a diferença entre associarmos este tipo de comportamento aos portugueses em geral, quando o próprio Luís Pereira se refere à "nossa mentalidade" como sendo a "mentalidade de português"? Não está a tomar o todo pela parte, também?! Ou sou eu que estou a ver mal as coisas?
    A juntar a todas essas incongruências, você atira-nos ainda com um "estamos condenados a isto. Por isso nunca seremos iguais a outros povos". Quer-me cá parecer que estamos todos a falar do mesmo, pois então...
    Já agora, que motivos poderiam "dar causa" a um recado como o que essa Exm.ª Senhora endereçou ao(à) professor(a) da sua educanda? Será que o caro Luís não consegue perceber que um "recado" deste género estará sempre desprovido de fundamento? Independentemente dos motivos do "cansaço" da criança ou dos "nervos" da mãe, uma conversa destas jamais poderia ser dita por quem quer que fosse.
    Mas lá está: típico português! Não diz, manda dizer...
    Agradeço o seu comentário e alegra-me o facto de se poder recorrer a este espaço como forma de debate. Porém, convido-o a ler a sua própria crítica com mais calma e constatará que está cheia de contradições.
    Seja sempre benvindo.

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  5. @ Carlinha

    Primeiro, se não reconhece a Sociologia e a Antropologia como ramos da Ciência que são, aconselho a reconhecer que está errada.

    A Sociologia é subestimada, infelizmente. É também por esta razão que a sociedade se encontra totalmente desnorteada... Atravessamos uma crise de valores e esta crise vem já desde a modernidade.

    Ao contrário do que diz sobre estas ciências, elas apresentam modelos e alertam para os problemas e forma de os resolver, mas ninguém quer saber. A corja que chega ao Parlamento está-se a marimbar para isso.

    É pela via do método (ciência, portanto) que poderemos mudar este estado de coisas. Como exemplo, posso referir como os grupos dominantes (económicos, financeiros, etc) alcançaram essa posição precisamente por adoptarem um método e uma organização e claro, por utilizarem a ciência em seu proveito...Um exemplo documentado é o caso do sobrinho de Freud que utilizou as técnicas deste em proveito próprio nos EUA...Em tudo é assim, mercados financeiros, publicidade, e por aí fora...
    Portanto, se queremos resolver os problemas de uma sociedade, é na Sociologia, entre outros ramos, que devemos procurar a solução.

    E já foi encontrada a causa dos problemas: quanto maior é a diferença entre ricos e pobres, ou entre grupos, mais crime temos, mais doenças temos, mais corrupção, etc...leiam sobre isso e verão.
    Dou o exemplo dos EUA. Têm muita riqueza, é verdade, mas encontra-se mal distribuída, o que faz com que sejam o pior país em termos de crime e doenças, falta de instrução etc, dos piores países entre os países desenvolvidos. É tão simples que até assusta.

    Atenção que quando falo de distribuição de riqueza, não me refiro só a dar subsídios, refiro-me a um salário justo e outro tipo de medidas que poderiam facilmente ser implementadas.
    É lógico que os subsídios têm de ser dados, nem pode ser de outra forma.
    Nem se pode dizer que a crise é por causa disso, pois basta olhar para a Noruega e ver que têm um estado social em que o Estado tem obrigação de assegurar uma educação, saúde, bem-estar, e não se encontram na mesma situação, ou pelo menos, tendo alguma dívida, ao menos têm boas condições de vida para a maioria da população, já nós..... Mais, nem os subsídios podem ser a causa exclusiva do ócio. Na Noruega também dão subsídios, etc...No entanto, as pessoas trabalham, não andam cansadas. Já reparou nisso? Porque será...? É curioso não é?

    Os problemas da nossa sociedade são outros que agora não vou aqui tratar para não ser muito extenso.
    Depois posso é reunir um conjunto de obras que tratam esses problemas e publicar aqui para os leitores.

    Quanto aos comentários depreciativos, é diferente vir para aqui tratar estas pessoas desta forma e tentar perceber porque agem assim, são coisas diferentes e que demonstram respeito distinto.
    Foi isso que não me pareceu correcto no seu post. Claro que o bilhete da senhora sozinho é de censurar. Mas é o facto de alguns de nós censurarmos estes comportamentos isoladamente que vai resolver? Já se viu que não, não já?

    Outra coisa, o facto de ter dito que estamos condenados a isto tem a ver com a incapacidade para as pessoas pararem para reflectir sobre o que funciona mal na sociedade. Mas tal é impossível quando anda cada um a puxar para o seu lado e não quer saber do resto. Em Portugal não existe a noção de "bem comum", "bem público", respeito pelo que é de todos, nada. É por essa razão que as coisas não funcionam.
    Enquanto não pararmos para perceber o que está mal, não iremos a lado nenhum, é isso que quero dizer.


    Portanto, nem demagogia, nem contradições.

    Para concluir, o que a justificação da encarregada de educação mostra é uma arrepiante falta de instrução, nada mais do que isso.

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  6. Pois que esta deveria ser uma das mães das minhas crianças...A ver se a pequena não continuava a levar os trabalhos para casa e se não os fazia, no intervalo, se não os trouxesse feitos...
    ...Mas estamos aonde? Na república das bananas ou o quê?
    ...Não há maior pobreza do que a de espírito! E esta, infelizmente, já vem incutida...
    ...Rai's parta esta gente (e não me venham com demagogias, que estas eu como-as ao pequeno-almoço!)...

    (vê-se que Corisca ficou muito ruim, não se vê? É que gente pobre- de espírito- enerva-me de morte!)

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  7. Caro Luís Pereira,

    eu tenho conhecimentos técnicos sociológicos e antropológicos para analisar "uma sociedade assim", como refere e, até certo ponto, entendo-o. Contudo, acho por bem deixarmo-nos de teorias positivistas, historicistas e marxistas, envoltas em paradigmas epistemológicos e metodológicos sobre a construção social, vulgo, "desta gente, gente latina"

    Estamos pura e simplesmente (ultrapassando a "análise sociológica" da coisa) perante uma criança preguiçosa e até atrevo-me a dizer, mimada.

    Ao longo dos meus anos de estudo (e quero crer que ainda são contínuos, pois aprender é sempre bom e não ocupa lugar) também chegava cansado a casa das aulas e tinha de fazer os trabalhos, independentemente do ano escolar em que me encontrava. Contudo, o meu trabalho era aquele, estudar! Trabalhar para quando "fosse grande" poder ter um trabalho e, por mim só, conseguir colocar pão à minha mesa. Por isso, não tenho outro remédio senão condenar tal atitude da senhora "que não se pode enerver" ao enviar o dito recado à professora, menosprezando até o seu trabalho que está ali, até certa forma, para substituir o papel dos pais no ensino e educação dos filhos dos outros... Se a professora pensa que enviar 3 trabalhos para casa por dia é o ideal para que a aluna exercite o conhecimento, então assim o terá de ser. Se a criança não os quiser fazer que não os faça, é livre! Porém, arrisca-se a ficar para trás numa sociedade cada vez mais feroz onde as oportunidades são parcas...

    Relativamente à senhora que está cansada e enervada, sei que é difícil chegar a casa depois de várias horas de trabalho árduo e, por vezes, com horas extraordinárias não pagas e, ainda, ter de ajudar os filhos nos trabalhos escolares... Mas têm de arranjar forças onde quer que elas estejam para zelar pela educação dos seus filhos, para que possam ter uma vida melhor do que a nossa.

    It's my opinion.

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  8. Caro Luís Pereira,

    Em resposta ao seu mais recente comentário tenho a dizer que (vou dividir isto por pontos para ordenar melhor as ideias):
    1. "se não reconhece a Sociologia e a Antropologia como ramos da Ciência que são, aconselho a reconhecer que está errada." - Eu reconheço que são. Reconheço também que quem decidiu que deviam ser estava enganado.
    2. "A Sociologia é subestimada, infelizmente. É também por esta razão que a sociedade se encontra totalmente desnorteada" - Fez uma descoberta fantástica e de grande valor para a recuperação do país! Encontrámos a causa do problema: a sociedade está mal porque pessoas como eu não dão a devida importância à Sociologia! Parabéns! Tenho a certeza de que "quem manda" vai agora perceber (obrigada por nos ter iluminado!) onde todos temos errado e fazer Portugal renascer das trevas!
    3. "Ao contrário do que diz sobre estas ciências, elas apresentam modelos e alertam para os problemas e forma de os resolver, mas ninguém quer saber. A corja que chega ao Parlamento está-se a marimbar para isso." - Lá está: a culpa é sempre dos políticos. O sociólogos com a solução na algibeira e ninguém quer saber... tssstsss... Cambada de tontos, esses deputados!
    4. "E já foi encontrada a causa dos problemas: quanto maior é a diferença entre ricos e pobres, ou entre grupos, mais crime temos, mais doenças temos, mais corrupção" - UAU! Quando é que descobriram isso? É que é mesmo taxativo: a condição de se ser pobre faz logo com que as pessoas sejam também criminosas, corruptas, analfabetas e... imagine-se(!), doentes! A sociologia é mesmo uma ciência exacta: nenhum pobre alguma vez conseguiu dar a volta por cima! Nem a Oprah (passou os seis primeiros anos a viver numa zona rural bastante pobre com a avó e entretanto é só (!) das mulheres mais ricas e inteligentes do mundo), nem o Lula (Luiz Inácio da Silva é o sétimo dos oito filhos de um casal de lavradores analfabetos que vivenciaram a fome a miséria na zona mais pobre de Pernambuco, mas isso não o impediu de chegar a Presidente da República do Brasil), muito menos o Belmiro de Azevedo (é o mais velho dos oito filhos de Manuel de Azevedo, carpinteiro e agricultor, e começou a trabalhar cedo para poder pagar os seus estudos, e, actualmente é apenas (!) o dono de não sei quantos hipermercados e outras empresas, ganhando).

    (to be continued, já que o querido Blogger acabou de me dar o seguinte recado - "O seu HTML não pode ser aceite: tem de ter no máximo 4 096 caracteres")

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  9. (a prometida continuação)


    5. "É lógico que os subsídios têm de ser dados, nem pode ser de outra forma." - Ai, é? Ainda não me tinha apercebido. Sou tão ingénua. Deve ser porque nunca recebi um subsídio na vida (nem mesmo de férias ou de Natal) e logo eu, que trabalho cerca de 14 horas por dia!
    6. "Nem se pode dizer que a crise é por causa disso, pois basta olhar para a Noruega e ver que têm um estado social em que o Estado tem obrigação de assegurar uma educação, saúde, bem-estar, e não se encontram na mesma situação" - Sou eu que estou enganada ou um Estado Social não implica necessariamente que quem aufere subsídios deixe automaticamente de fazer qualquer tipo de esforço para arranjar trabalho e assim parar de recebê-los?! God forbid! Trabalhar cansa e um Estado Social tem a obrigação de assegurar a saúde e o bem-estar dos seus cidadãos!
    7. "nem os subsídios podem ser a causa exclusiva do ócio" - Hum... quer vir fazer uma visitinha aqui aos Açores??
    8. Na Noruega também dão subsídios, etc...No entanto, as pessoas trabalham, não andam cansadas. Já reparou nisso? Porque será...?" - MY POINT, EXACTLY!
    9. "Depois posso é reunir um conjunto de obras que tratam esses problemas e publicar aqui para os leitores" - Obrigadinha, caro Luís! Estou em crer que os leitores deste blog lhe vão ficar deveras agradecidos. Já eu... prefiro romances históricos, deixe estar.
    10. "Mas é o facto de alguns de nós censurarmos estes comportamentos isoladamente que vai resolver? Já se viu que não, não já?" - Oh, se já...! Mas isso não me impede de ter opinião sobre o assunto ou impede? Além do mais, eu não almejo mudar nada. Essa é a tarefa da Sociologia, não é? Eu sou de outra ciência. E minha é pouco teórica, graças a Deus.
    11. "o que a justificação da encarregada de educação mostra é uma arrepiante falta de instrução" - que aposto que advém unicamente do facto de ser pobre... Oh, mas eu conheço tanta gente sem escolaridade que, não obstante, tem dois dedos de testa e, por isso, jamais enviaria um recado daqueles! Qual será a explicação da Sociologia para isso?

    Lets just agree to disagree, shall we, caro Luís? ;)

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  10. Sim, Corisca. Acho que neste momento vivemos mesmo na República das Bananas.
    Subscrevo o que dizes sobre a pobreza de espírito. Podemos, efectivamente, concluir que é mais grave que a falta de dinheiro ou a falta de instrução. A começar porque é uma opção de quem dela sofre, ao contrário dos pobres e analfabetos.
    Demagogias dão-me comichão no dedo mindinho do pé direito. E quando a comichão sobe e me chega à língua, saem-me respostas tortas. Sarcásticas, vá! Chamemos-lhe assim, que é a forma politicamente correcta de colocar as coisas... :P
    Vê-se que Corisca ficou ruim, sim senhora! E tem boas razões para isso! Se fosse minha aluna levava ainda mais tabalhos para casa, só para enervar a mãezinha que não se pode enervar... Bah!

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  11. Maridão,

    Também acho óptimo "deixarmo-nos de teorias positivistas, historicistas e marxistas, envoltas em paradigmas epistemológicos e metodológicos sobre a construção social#. Já tivemos essa discussão hoje e deu pano para mangas, não foi? ;)
    Sabes bem que se há coisa que me irrita são pessoas cheias de ideologias, mas pouco práticas. Parecem-me preguiçosas, vá!
    Achas que a menina Tatiana cuja mamã mandou um recado à Senhora Professora para não lhe mandar mais trabalhos (atenção que o pedido - ou ordem, que a senhora percebe de direitos das crianças - não foi de menos trabalhos, mas sim de nenhuns!) é mimada? Nããão... Jura?!
    Dizes ainda que a professora "está ali, até certa forma, para substituir o papel dos pais no ensino e educação dos filhos dos outros". Aí é que está o erro! Ai, de ti se repetes essa conversa à frente da Bela! É bem capaz de te pôr de castigo! Como eu já referi num post anterior (aqui: http://descomplicometro.blogspot.com/2011/09/quem-fala-assim-nao-e-gago.html): "As pessoas ainda não perceberam que a educação começa (e, em última instância acaba) em casa. A escola é um complemento e foca-se mais nos aspectos académicos. Formação cívica e pessoal aprende-se com quem nos cria e nos transmite valores.
    Além disso, não sei porquê, mas algo me diz que esta senhora mãe não trabalha. Não sei porquê... E a semelhança com uma família que nós cá conhecemos deve ser apenas pura coincidência...Por isso não acredito que a senhora esteja cansada...
    Além do mais, we're missing the point here: quem tem de fazer os TPC é a filha, não a mãe, ora essa!

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  12. uiii...depos de tanto ler nem sei que te dizer LOL

    p.s: vai ser esse o futuro do teu mano, receber recados na caderneta LOL

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  13. aBelha: Ele que venha falar comigo que eu ponho logo em sentido o(a) autor(a) do recado! :P LOL

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  14. MtG - São Miguel,

    Primeiro: porque é que estás sempre a mudar de nome?! :P
    Queres mais? Atira mais achas para a fogueira... ;)

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  15. @ Carlinha

    Já que organizou a resposta por pontos, vou também responder assim a cada um deles:

    1. “Reconheço também que quem decidiu que deviam ser estava enganado.” Completamente errado. Trata-se de uma Ciência Social e entre outras é utilizada por quem quer “dominar” um ou outro sector da sociedade (isto não é treta…falo por exemplo de empresas, investidores, especuladores etc, mas principalmente as empresas que utilizam o conhecimento científico para alcançar os seus objectivos, na maioria das vezes conseguem-no muito, mas muito bem).
    2. Além de irónico, não responde ao meu argumento, pelo que passo à frente.
    3. “Lá está: a culpa é sempre dos políticos. O sociólogos com a solução na algibeira e ninguém quer saber... tssstsss... Cambada de tontos, esses deputados!” Nem mais, não quer dizer que os sociólogos saibam tudo, óbvio que não. Se um dia entender o que quero dizer, vai ter uma desilusão com a sociedade contemporânea, pois verá que afinal alguém não quer que as coisas funcionem correctamente e que corram bem para todos… e isso, além de desanimador, é muito triste. Isto ocorre principalmente em Portugal, um país de pessoas pouco instruídas, pouco informadas, em que os políticos levam a água ao seu moinho conforme lhes convém, a eles e aos grupos de interesses e grupos económicos. Enquanto isto continuar assim, Portugal não sairá da cepa torta, acredite.

    4. O seu raciocínio parte de uma falácia tão grande que até lhe dou mais um exemplo: Berlusconi. Nasceu pobre e é dos homens mais ricos do mundo. O seu raciocínio parte do concreto para o geral. Falha grave, portanto. O que é curioso, cara blogger, é que o Berlusconi vive num país onde se vive muito pior do que noutros países onde a desigualdade não é tão grande. E quer outra demonstração? Nesses países onde não existe tanta desigualdade, não existem meia dúzia de homens/mulheres que vingaram na vida. Todos, ou quase todos, vivem bem, efectivamente bem. Mais, olhe para o Brasil. O que significa o Lula naqueles milhões todos?? A culpa é deles portanto e só o Lula é que tem valores e princípios correcto? Cá por Portugal, só o Ronaldo é que tem princípios e força de vontade e os restantes madeirenses que vivem na zona dele é que não? Preferia não ter Ronaldo ou Belmiro nenhum e que todos vivessem melhor. Pense nisso. Aliás, depois vou publicar aqui um excerto de um livro que me vou dar ao trabalho de digitalizar e colocar aqui a imagem. Não se preocupe que não é de um sociólogo, é de um economista.

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  16. 5. “Ai, é? Ainda não me tinha apercebido. Sou tão ingénua. Deve ser porque nunca recebi um subsídio na vida (nem mesmo de férias ou de Natal) e logo eu, que trabalho cerca de 14 horas por dia!” Só para perceber as mentalidades que nos governam, já viu aquele email que circula sobre o 13.º mês? Este mês é realmente devido porque o trabalhador trabalha 52 semanas e nos 12 ordenados são-lhe pagas apenas 48. Vemos por isso que os senhores que nos governam pintam o quadro muito feio e fazem crer que as pessoas têm muitas regalias. Mais, fazem crer que a culpa da economia estar assim é das regalias dos trabalhadores!! Enfim, ignorância ou esperteza? Claro que é esperteza deles. De qualquer forma, a sua ironia não responde à minha pergunta: porque é que em países como a Noruega se atribuem subsídios e não se encontram nesta situação?!

    6. “Sou eu que estou enganada ou um Estado Social não implica necessariamente que quem aufere subsídios deixe automaticamente de fazer qualquer tipo de esforço para arranjar trabalho e assim parar de recebê-los?! God forbid! Trabalhar cansa e um Estado Social tem a obrigação de assegurar a saúde e o bem-estar dos seus cidadãos!” É lógico que a ideia é manter um mínimo de dignidade às pessoas até elas arranjarem trabalho. E a maioria é o que fará. A longo prazo, se houver criação de emprego e o trabalho for bem remunerado, as pessoas deixarão de viver só de subsídios. Além disso, tem de se considerar que não foram os RSIs que endividaram o país, nada disso. A questão é muito mais complexa. A questão é que a economia ruiu. Além de muitas outras causas (muito extenso para falar aqui), uma delas foi o facto dos senhores deputados e engenheiros quererem construir infra-estruturas que nada de produtivo dão ao país. Outra causa foi a deslocalização das empresas, as PPPs, etc….só uma estrada ou barragem megalómana mete os RSIs de 25 ou 30 anos num bolso. Toda a gente olha para a despesa e para o peso que esta representa, mas não olham para o que aconteceu à “receita”, e a receita é precisamente a economia. Colocam em causa o estado social quando é inquestionável que este tem que existir e se tudo estivesse na ordem (a economia) sustentava-se facilmente o que tem de ser sustentado. Por exemplo, o facto de não existir emprego para toda a gente é o resultado da mecanização da indústria. Este problema é um problema da sociedade moderna. Não se pode usar as pessoas para obter lucro e depois descartá-las. Não se pode verificar que a sociedade depende cada vez menos das pessoas (em termos produtivos) e depois culpá-las de estarem desempregadas. Mas não quero dizer que o ócio deve ser promovido(!) porque é óbvio que não deve.

    7. "nem os subsídios podem ser a causa exclusiva do ócio" - Hum... quer vir fazer uma visitinha aqui aos Açores??” Não são a causa exclusiva. Existem muitas outras, como presumo que sabe.

    8. “Na Noruega também dão subsídios, etc...No entanto, as pessoas trabalham, não andam cansadas. Já reparou nisso? Porque será...?" – “MY POINT, EXACTLY!” Exactamente, crie-lhes emprego e além disso trabalho bem remunerado e vai ver que os casos de dependência exclusiva de subsídios reduzem-se a um número muito pouco significativo.


    6.

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  17. 10. “Oh, se já...! Mas isso não me impede de ter opinião sobre o assunto ou impede? Além do mais, eu não almejo mudar nada. Essa é a tarefa da Sociologia, não é? Eu sou de outra ciência. E minha é pouco teórica, graças a Deus.” Ninguém está a impedir de ter opinião, apenas se está a discutir sobre o assunto. Se não almeja mudar nada, então a sua vida não deve ser lá muito interessante… Quanto às teorias, elas mexem com a sua vida mais do que você gostaria ou pensa….Tanto assim é, que estamos a viver tempos muito conturbados por causa de pessoas muito entendidas em teorias e aplicam-nas, não queira você perceber como…..é melhor mesmo não se perceber, senão ficamos muito desiludidos com tudo.

    11. “que aposto que advém unicamente do facto de ser pobre... Oh, mas eu conheço tanta gente sem escolaridade que, não obstante, tem dois dedos de testa e, por isso, jamais enviaria um recado daqueles! Qual será a explicação da Sociologia para isso?”
    Eu não defendo que a Sociologia tem a solução para tudo, como pretende ridicularizar. Além disso, nem sou dessa área, como deve estar a pensar que sou. Quanto à instrução, não me refiro apenas a instrução escolar. A senhora podia escrever aquilo e ter até o 12.º ano.
    Além disso, como deve saber, existem outros tipos de instrução: cívica, comunitária, do indivíduo, por exemplo. Como eu já referi, o que a senhora fez deve ser censurado. Agora, não se pode é partir do concreto para o abstracto, muito menos extrapolar para um conjunto de pessoas que determinou usando aquela situação concreta, tratando esse grupo com desdém. Que foi o que fez no seu post. Isso que fez é típico de uma sociedade muito desigual, que é o caso de Portugal.

    Quanto a ideologias, não se trata de ideias apenas, trata-se de mudar ou não a realidade, ao contrário do que faz crer.

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  18. @ Maridão
    Se reparar, eu disse que era de censurar o comportamento da senhora, é de censurar quando isolada e objectivamente analisado.
    Mas é preciso compreender mais, é preciso entender o que potencia este tipo de educação. O que lhe está na base. Mas compreendo que seja complicado para os presentes perceber certos fenómenos e perceber também que estes casos não dependem apenas da educação das pessoas, é muito mais complicado que isso, mas considero perfeitamente normal que todas estas ideias que expus aqui lhes pareçam estranhas e absurdas. É normal.
    Quanto às “teorias”, não se trata apenas de teorias. Através delas e da sua aplicação condicionam-se as vidas das pessoas! É preciso não esquecer isso. Quanto às teorias marxistas, ao contrário do que a maioria pensa (e muitas pessoas falam e nem sequer estudaram o seu pensamento e as suas teorias), Marx considerava que todos deviam trabalhar…e só receberiam na proporção do seu trabalho…

    Sabe porque Marx se encontra hoje "demonizado" ao ponto de nem sequer conseguirem separar o seu pensamento dos regimes ditatoriais do Séc XX? Porque a maioria dos sectores que nada fazem pela sociedade nunca teriam tamanha riqueza, é por isso. Logo trataram de aniquilar o seu pensamento, era demasiado perigoso para os seus intentos. Bancos, investidores, bolsas, etc..nada contribuem para a sociedade, nada produzem e ainda sugam a economia real. No entanto, são os mais ricos.

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  19. O comentário era este que aqui vai. O anterior é o final desse comentário.

    @ Maridão
    Se reparar, eu disse que era de censurar o comportamento da senhora, é de censurar quando isolada e objectivamente analisado.
    Mas é preciso compreender mais, é preciso entender o que potencia este tipo de educação. O que lhe está na base. Mas compreendo que seja complicado para os presentes perceber certos fenómenos e perceber também que estes casos não dependem apenas da educação das pessoas, é muito mais complicado que isso, mas considero perfeitamente normal que todas estas ideias que expus aqui lhes pareçam estranhas e absurdas. É normal.
    Quanto às “teorias”, não se trata apenas de teorias. Através delas e da sua aplicação condicionam-se as vidas das pessoas! É preciso não esquecer isso. Quanto às teorias marxistas, ao contrário do que a maioria pensa (e muitas pessoas falam e nem sequer estudaram o seu pensamento e as suas teorias), Marx considerava que todos deviam trabalhar…e só receberiam na proporção do seu trabalho…

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  20. @Carlinha

    Como Socióloga que sou permites-me discordar de algumas opinões que por aqui fui lendo... as quais não vou enumerar porque sinceramente não vale a pena!

    Quanto ao recado da Sr.ª em questão para a professora... bem no meu tempo se a minha mãe com o seu parco sexto ano adivinhasse que não andava a fazer os trabalhos de casa, dava bom uso ao chinelo, garanto-te!

    Não acredito que seja uma questão de pobreza, de tempo, de cansaço, de subsidio dependência. Simplesmente, cada vez mais,encontro pais que simplesmente não querem saber! Seja em que classe social for...

    Interessante foi o que tive conhecimento esta semana: (vê lá!)
    http://www.publico.pt/Local/acores-aplicam-multas-a-pais-de-estudantes-problematicos-1522478

    jokas

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  21. Caro Luís,

    Eu teria TANTO mais para dizer acerca dos seus novos comentários e daquilo que escreve, mas muito sinceramente esta "polémica" já me está a aborrecer e, pior, está a aborrecer os leitores deste blog.
    Infelizmente, o Luís parece-me uma pessoa de ideias fixas que não aceita que alguém discorde dos argumentos que apresenta,pois toma-os como verdades absolutas.
    Se quiser, chame-me ignorante, intransigente, até irritante. Mas eu tenho direito à minha opinião (parta ela de falácias, como lhe chama, ou não) e eu nunca escondi de ninguém, nem dos sociólogos que conheço (que até os tenho na família, com muito gosto!), que não partilho da sua linha de pensamento.
    Como já percebeu, nem eu vou convencê-lo a mudar as suas ideias de algo tão teórico para uma atitude mais proactiva, nem o Luís me vai converter ao socialismo.
    Por isso, façamos como lhe pedi anteriormente: concordemos em discordar, ok?
    Não deixe de nos visitar,porém. Com certeza abordarei mais tópicos sobre os quais deve ter alguma opinião...

    Cumprimentos,
    Carla

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  22. Ainda ao Luís Pereira:

    Só lhe queria deixar um último recado, para que não viva na ignorância e aprenda a ser mais cordial com aqueles que não partilham dos seus "ideais". É que a minha vida é interessante. Pelo menos eu considero que sim, por isso não me sinto frustrada. Aquilo que você refere que precisa ser mudado na sociedade (here we go again) não me interessa minimamente. Na verdade, estou-me bem a cagar para isso. E se quer que seja muito honesta, ainda bem que há desigualdades sociais. Significa que nunca vou deixar de ter trabalho!

    Cpts.

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  23. Caramálinda, minha rica comadre:

    Socióloga ou não, consegues ter dois dedos de testa (ou cinco ou seis, lol), por isso não te posso pôr no mesmo saco. Desde logo porque se alguma vez discutimos tópicos deste género (e já tem acontecido, sem dúvida), ao menos respeitas a minha inteligência e não me atiras com teorias. Apresentas-me factos. E isso merece o meu respeito, concorde ou não contigo (e tu sabes que na maior parte das vezes não conseguimos chegar a um consenso).
    E no meio do muito que aqui foi dito (e tens todo o direito de discordar, como é óbvio! Afinal de contas é da profissão que escolheste que estamos a falar), acho que foste a única que atingiu o âmago da questão: trata-se, pura e simplesmente, de pais que não se importam com os filhos, mas sim com o seu próprio bem-estar! E nisso concordo contigo a 100%, pois era mesmo aí que queria chegar: há pais que são perfeitos anormais, sejam pobres, sejam ricos. A questão está na mentalidade do "não querer nada no castanho", que vai passando de geração em geração, como se de uma deficiência genética se tratasse... :P
    Por último, tenho a dizer-te que a minha mãe é da mesma geração da tua: se algum dia me recusasse a fazer os TPC ou me queixasse de serem demasiados, não só me diria que nem abrisse a boca, pois aquele era o meu trabalho, como ainda me pregava umas belas rabadas de vassoura de milho.

    Beijos

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  24. @ Carlinha

    Só para concluir, para não aborrecer as pessoas/leitores (hoje em dias as pessoas aborrecem-se muito facilmente quando se trata de debater as ideias), deixe-me só que lhe diga: eu debato as ideias com toda a naturalidade e sem ressentimentos. É dessa discussão que obtemos evolução.

    Quanto a ideias fixas, sim, tenho-as. Mas olhe que não são minhas, são de pessoas que sabem do que falam e até vir alguém derrubar esse entendimento será esse que irá prevalecer, até alguém demonstrar que está errado. Eu também lhe falei de factos e de demonstrações que existem na realidade.

    Eu não vejo o debate de ideias como aborrecido e próprio daqueles que "são do contra". Hoje a sociedade vive como carneiros conduzidos pelo seu pastor e depois limitam-se a reclamar contra este porque o lobo (mais esperto e inteligente) comeu um deles... A culpa é de quem "educa", das instituições portanto e quem as conduz. (não reduzir "instituições" a certas entidades, pois abrange tudo, família, escola, políticos, etc). Temos "educadores" e "educandos", sendo que estes estão a perder terreno para os primeiros a olhos vistos...
    Mas não me alongo mais, além disso, isto pressupõe que se tenha conhecimentos de trabalhos de certos autores e a forma resumida com que agora expus certas ideias também não ajuda.
    Um bom dia.

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  25. Fico sem cá vir 2 dias e perco tudo isto?! Eheheheheh
    Apetecia-me escerver, mas tenho trabalho do escritório para acabar!
    Volto amanhã a ver se há novidades!! :)

    Beijinho,
    AC

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