O Zé Povinho
Personagem intemporal, desalinhado em energia, na retórica e na postura, o Zé Povinho desenha-se no traço grosseiro da robustez que caricatura o nosso colectivo.
Rindo ou gesticulando em descaramentos, intervém ora vitimizando-se e submetendo-se, ora como alerta de consciências não libertas de preconceitos. Entre a boémia e o laicismo, a actualidade de Seu Zé Povinho não se esgota naquilo que configura a sua personalidade popular, pelo contrário transborda da tipificação para a excelência do pretexto que aponta ao comentário e à critica. Não poupando nada, nem ninguém, não se contém em sarcasmos perante os factos políticos sociais e institucionais.
A sua intervenção opinativa na vida do país revela-se miticamente como reflexo de desejos, sentimentos e necessidades que se descobrem pela praxis. Controversa e metafórica, a figura do Zé Povinho cresce na ambiguidade que se joga entre o cinismo social e a revolta genuína. Decorre da impotência que se denuncia no manguito e que exorciza com a sabedoria popular o acto de cruzar os braços.
De apelido Povinho, diminutivo de todos nós, Seu Zé nasce com respeito contraditório do que está para além de senhor (Seu) e do que está aquém do diminutivo dobrado (Zé e Povinho). Rapidamente se torna familiar perdendo o trato deferente e incorporando o todo das características tipificadoras das gentes portuguesas. Deformado e deformador impõe-se com o vigor que o eco da popularidade nacional lhe confere. Com argúcia desvenda a injustiça e o grotesco, mas é no entanto com paciência e submissão que digere o seu próprio destino.
Rindo ou gesticulando em descaramentos, intervém ora vitimizando-se e submetendo-se, ora como alerta de consciências não libertas de preconceitos. Entre a boémia e o laicismo, a actualidade de Seu Zé Povinho não se esgota naquilo que configura a sua personalidade popular, pelo contrário transborda da tipificação para a excelência do pretexto que aponta ao comentário e à critica. Não poupando nada, nem ninguém, não se contém em sarcasmos perante os factos políticos sociais e institucionais.
A sua intervenção opinativa na vida do país revela-se miticamente como reflexo de desejos, sentimentos e necessidades que se descobrem pela praxis. Controversa e metafórica, a figura do Zé Povinho cresce na ambiguidade que se joga entre o cinismo social e a revolta genuína. Decorre da impotência que se denuncia no manguito e que exorciza com a sabedoria popular o acto de cruzar os braços.
De apelido Povinho, diminutivo de todos nós, Seu Zé nasce com respeito contraditório do que está para além de senhor (Seu) e do que está aquém do diminutivo dobrado (Zé e Povinho). Rapidamente se torna familiar perdendo o trato deferente e incorporando o todo das características tipificadoras das gentes portuguesas. Deformado e deformador impõe-se com o vigor que o eco da popularidade nacional lhe confere. Com argúcia desvenda a injustiça e o grotesco, mas é no entanto com paciência e submissão que digere o seu próprio destino.
Retirado daqui.
Ora cá está uma figura em que não me revejo.
ResponderEliminarPorque não sou eu que ganho 500 €, que já é uma miséria, que ainda vêm tirar mais e fico como se nada fosse. As pessoas não nem chegam a ter amor próprio, senão não permitiam esta situação.
A mim também me tiram parte, é verdade, mas aguento bem e por ganhar bem, não quer dizer que não apoie os que ganham 500 euros, porque apoio, e não é só um apoio moral.
Mas parece que eles vivem felizes, coitados.
Portugal é governado por meia dúzia de famílias e os pobres coitados admitem tudo.
Como dizia D. Carlos I (salvo erro):
Um País de bananas governado por sacanas.
O Zé Povinho não era dedicado a si, Luís. Se ler com atenção é bem capaz de assentar melhor à senhora encarregada de educação da Tatiana...
ResponderEliminar