Já toda a gente aqui sabe do meu vício. E também sabe que é um vício caro. :(
Como qualquer viciado(a), não sei quando parar. Por isso, se não me dou duas estaladas e digo de mim para mim "Pára lá com isso e vamos embora!", deixo o ordenado na livraria...
Foi basicamente o que aconteceu anteontem. Saí das aulas ao final da tarde e apeteceu-me dar uma volta pelo centro comercial antes de vir para casa, pois queria espairecer a cabeça (que isto de aturar as criaturas a tarde toda é dose!). Queria sobretudo dar uma vista de olhos na nova loja, como vos disse
aqui.
Sucede que, ao vir do parque de estacionamento para cima, deparo-me de frente com o meu local proibido: a malfadada livraria. Nem pensei duas vezes. "Ah e tal, vou só dar uma vista de olhos". Conversa de "agarrado(a)".
Entrei e comecei logo a sentir aquela comichão típica de um consumidor de heroína que acaba de vislumbrar um pacotinho de 2 gramas de "castanha". "Ena! Tanta coisa fixe. Este era porreiro para levar. Este também. E este! Oh, pá! Eu queria tanto este!". And so on, and so on...
Era ver-me a percorrer a loja toda, de trás para a frente (sim, que eu não sou esquisita e leio livros de todas as secções), com um monte de livros nos braços e a pegar em mais, mais, mais... Brincando, brincando, estive nesta doideira cerca de 1 hora e meia (no mínimo!). Chegou a um ponto em que tive que me sentar num daqueles sofás que lá têm, não para ler um bocadinho, mas para fazer contas à vida. E tive este diálogo interno:
Eu anjinho: Não posso levar isto tudo!
Eu diabinho: Ai, podes, podes! Fogo, tudo livros MUITO FIXES!
Eu anjinho: Mas isto está aqui muito dinheiro...
Eu diabinho: E depois? Nunca mais compraste nada para ti: nem roupa, nem sapatos, bijuteria ou maquilhagem.
Eu anjinho: Posso levar metade agora e metade no próximo mês.
Eu diabinho: Tens o dinheiro agora. É melhor levares tudo porque pode esgotar até ao mês que vem.
Eu anjinho (quase, quase convencido): Realmente, não sei porque não me hei-de mimar... Farto-me de trabalhar!
Eu diabinho (a esfregar as mãos de contente): Isso, isso! Leva-os lá! Tu mereces e além disso não estás propriamente a gastar o dinheiro em futilidades.
Eu anjinho (lutando para conseguir largá-los em cima da mesa, já a transpirar e com tremores): Pronto. Estes todos vão. Mas estes dois ficam. Um dia destes, mais tarde, hei-de vir cá buscá-los...
Dirigi-me para o caixa e paguei.
Dor de barriga por causa da conta. Sorriso rasgado pelo prazer de carregar um saco cheio. :)))