sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A maternidade

[este post contém imagens não aconselhadas a pessoas facilmente impressionáveis]

Deve ser encarada como um privilégio e não como um fardo. Deve ser uma opção e não o resultado de um descuido. Há mulheres que não anseiam por ela, que não se imaginam grávidas e que escolhem não ter filhos. Quando feita conscientemente, é uma escolha perfeitamente válida. E rejeito todos os argumentos que a encarem como "egoísmo".

Embora reconheça que possam existir muitas dificuldades, sacrifícios e encargos associados, eu acredito que um filho é uma recompensa que supera todo o esforço. Por isso não compreendo o aborto, o abandono, os maus-tratos, a negligência, a falta de amor... O próprio facto de se entregar uma criança para adopção faz-me uma certa confusão. Do ponto de vista da mãe que não a quer, não daquela que não pode tê-la consigo. Essas, eu admiro. Por serem capazes de optar pela vida do filho e não pela via (mais) fácil. Por serem capazes de o terem dentro de si durante nove meses, a senti-lo, a alimentá-lo, a amá-lo, até... para depois terem de o colocar nos braços de outra pessoa só para lhe proporcionar uma vida diferente (e, sobretudo, melhor) daquela que eventualmente poderiam. 

Mas há aquelas que levam toda a gravidez a pensar naquele ser como uma "coisa" que está alojada dentro de si por algum tempo; um hospedeiro indesejado; um parasita do qual vai conseguir livrar-se assim que o "puser fora". 

Sempre ouvi dizer que "há cadelas que tratam melhor os filhos do que certas mulheres". Eu diria mais: a generalidade dos animais quer é proteger, salvar, tratar como deve ser as suas crias. Porque as entendem como suas. Porque percebem ser uma responsabilidade que impende sobre eles próprios. Porque as amam.
Daí que não consiga evitar pensar que isto anda tudo ao contrário quando vejo criaturas anormalmente humanas a tratar os filhos como se fossem bonecos descartáveis, pedaços de cartão ou embalagens usadas.

Encontrei este vídeo por acaso na internet:


Dei por mim a falar para o computador como uma velha fala para a telenovela (palavras do Maridão). Doeu-me a alma assistir ao desespero desta mãe perante a possibilidade de ver que o filho que acomodou no ventre durante cerca 22 meses (!) está afinal morto. É impressionante como ela parece aflita quando percebe que a cria não se mexe. Os pontapés nervosos que ela lhe dá são o equivalente às palmadas que recebem nas maternidades os bebés que não choram imediatamente ao nascer. Levanta-lhe a cabeça para se certificar de que pode respirar. Esta é uma MÃE. E por isso a sua história tem um final feliz.

Falo de um elefante. Não concebo sequer a ideia de chamar "animal" às fulanas que fazem isto aos seus filhos:



Que as há!
Em números que me assustam:



Teremos chegado ao ponto de ter que identificar os contentores do lixo como se faz a propósito dos produtos recicláveis? Será mesmo necessário espetar na cara dessas filhas de puta um sinal de "proibido"?

Vão para o caralho, mas é!



4 comentários:

  1. È de facto ..... nao sei que palavra aplicar pois todas me parecem brandas de mais...
    vou a caminho do 3º filho .... é impossivel para mi m conceber que alguem possa infligir dor num filho apenas porque sim... revolta me as entranhas

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    1. Realmente, "filha da puta" é um nome demasiado simpático para chamar àquelas criaturas. Mas o nojo que sinto por gente assim tolda-me o pensamento e não consigo encontrar melhor.

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  2. E pensar que há quem lute uma vida inteira para poder ter um filho nos braços...muitas vezes sem nunca conseguir, para depois ver quem os pode ter deitá-los ao lixo, como se de uma coisa nojenta se tratasse...

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    1. Eu digo o mesmo tantas vezes, Su... Deus dá nozes a quem não tem dentes! :(

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